Abstract:
En los últimos años se ha producido en Uruguay un incremento de la matrícula femenina en los estudios terciarios y universitarios, pero la misma no se ha distribuido de forma equitativa entre las instituciones, servicios y carreras. Según los datos presentados por el Ministerio de Educación y Cultura, las mujeres continúan eligiendo formarse en estudios “típicamente femeninos”, como lo son la docencia y algunas actividades vinculadas a la medicina; y los varones continúan eligiendo estudios “típicamente masculinos”, vinculados a la ingeniería y agronomía (MEC: 2011)   Algunas investigaciones realizadas en España señalan que existen factores socioculturales y psicosociales que inciden en estas elecciones diferenciadas entre varones y mujeres.   Dentro de los factores socioculturales se encuentran algunas variables estructurales, como la clase social; los roles y estereotipos de género; y la influencia social sobre la elección de estudios técnicos. Según Burguete, Martínez y Gonzáles (2010) los  estereotipos  de  género,  son    transmitidos  y  perpetuados  en  la  familia,  la  escuela y  los  medios  de comunicación, siendo los encargados de crear una identidad de género y determinar las diferencias socioculturles entre varones y mujeres.   Por otro lado, como factores psicosociales que incluyen en la elección de carrera se incluyen las actitudes hacia la tecnología, la habilidad percibida hacia la matemática y la tecnología, el autoconcepto sobre las matemáticas y la tecnología, las motivaciones e intereses académicos y profesionales, la utilidad percibida para el futuro, el interés, la importancia de los estudios y expectativas de éxito  (Castaño, 2008)   El concepto de “autoeficacia” propuesto por Bandura (1987) toma un rol central en varias de las investigaciones que analizan los factores psicosociales, entendiendo que la valoración que hacen las personas acerca de sus capacidades para alcanzar determinados rendimientos incide en las elecciones que éstas al momento de seleccionar sus estudios terciarios.   El objetivo de este trabajo es discutir teóricamente la relevancia de estos dos grandes tipos de factores en la elección de los estudios superiores, realizando una articulación desde la sociología de género.  Para ello se toman como referentes el concepto de “socialización de sexo” propuesto por Saltzman (1992) y de “sistema de género” planteado por Anderson (2006)

Abstract:
El estudio busca comprender cómo se da la reproducción de roles de género y la construcción de la expresión de género en la escuela, desde las perspectivas de las y los estudiantes de 15 a 17 años del IPLV[1], institución educativa ubicada en el Municipio de Soacha, Cundinamarca. Teniendo en cuenta que en el contexto colombiano existe desigualdad de género evidenciada, entre otras, en la tasa de participación en el mercado laboral de hombres era superior en 20.6 puntos porcentuales frente a la tasa de participación de las mujeres (DANE, 2013), bajo esta misma lógica la Organización Para La Cooperación Y El Desarrollo Económico (2012) establece que “en promedio, las chicas tienen una probabilidad 11 puntos porcentuales más alta que los chicos de aspirar a trabajos como legisladores, altos cargos, ejecutivos y profesionales”, lo cual genera cuestionamientos acerca de la relación entre las practicas escolares y el proyecto de vida de mujeres y hombres. Esta investigación de tipo descriptivo con enfoque cualitativo, hace uso de la fenomenología, implementando talleres, grupos focales y entrevistas semiestructuradas como técnicas de recolección de información, a través de los se conocen las prácticas convivenciales y disciplinarias, indagando acerca de las perspectivas de los estudiantes frente a estas prácticas, recopilando a la vez experiencias subjetivas, para finalmente lograr una comprensión de cómo los estudiantes interiorizan o no los roles de género y la construcción de la expresión de género. Con el fin de llegar a una reflexión teórica del fenómeno, se toman elementos conceptuales de Joan Scott y Marta Lamas para entender la categoría género y el sistema sexo-género, así como perspectivas institucionales de Asociación Americana de Psicología y del programa estadounidense Planned Parenthood frente a la expresión de género y los roles de género.   [1] Se reserva el nombre de la institución por motivos de confidencialidad.

Abstract:
A adolescência e a juventude configuram fases importantes na formação da personalidade das mulheres, momentos que são envoltos de muitas dúvidas sobre a sexualidade, reprodução, aceitação do seu corpo, afetividade, lazer, seu papel social e definição de seu futuro. Neste contexto, verificamos no cotidiano e até estampados nos jornais, problemas nas relações entre as jovens estudantes que se envolvem em conflitos por disputas nas escolas, demarcando a aceitação em seu meio social através de padrões de beleza, liderança de seus grupos e de disputa de parceiros, que muitas vezes chegam à agressão física. Além disto, as dificuldades relacionadas ao preconceito, discriminação, violência de gênero e assédio dos colegas e por vezes professores, permeiam a convivência dessas jovens no ambiente escolar. Debater questões de gênero, feminismo, o que significa, para que serve, as conquistas do movimento feminista, formas de atuação e suas interseccionalidades vem a ser a ferramenta para enfrentar estes anseios e dificuldades que a juventude feminina vivencia. O projeto de intervenção feminista “Feminismo pra quê?” em parceria com os(as) professores(as) da disciplina de sociologia no ensino médio da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Prof. Ramiro Olavo de Castro, localizada no bairro da Guanabara, município de Ananindeua, periferia da região metropolitana de Belém, Pará, Brasil, objetiva realizar rodas de conversa com as jovens estudantes do ensino médio sobre a temática, troca de experiências, exposição de documentários e por fim construção de um relatório expondo a visão das jovens sobre o feminismo antes e depois das atividades realizadas, como interferiu no modo de pensar e de viver esses enfrentamentos.   Palavras-chave: Feminismo; Juventude; Sexualidade; Gênero; Escola;

Abstract:
A presença feminina nas universidades brasileiras se consolida nos anos 1970 e reverte um histórico hiato de gênero na década seguinte. Apesar de maioria do contingente universitário as mulheres continuam seguimentadas nas carreiras menos valorizadas socialmente. Esta é uma tendência assistida desde os cursos de graduação até os cursos de doutorado, etapa que representa a base da carreira científica. Um elemento interessante, no entanto, é perceber as dinâmicas distintas dependendo da área de conhecimento.  O presente trabalho analisa dados do último Censo Demográfico do IBGE e dados dos bolsistas do CNPq a fim de delinear tendências no que tange a construção de carreiras e diferenciais entre homens e mulheres neste processo. Em linhas gerais percebemos que a estagnação constatada no campo científico contrasta com os intensos avanços das mulheres nas etapas de formação, que vão desde a graduação até o doutorado.  Nesse sentido, além atualizar os dados sobre o cenário da pesquisa científica no Brasil, este trabalho compara as dinâmicas institucionais em cada campo de conhecimento. Desse modo buscamos visibilizar as desigualdades de investimento entre áreas bem como os efeitos de políticas públicas que não são neutras do ponto de vista de gênero. A recente expansão das universidades que marca a primeira década dos anos 2000 acentua os diferenciais favoráveis às mulheres e introduz uma parcela significativa da população negra e pobre ao ensino superior. Este cenário em movimento sugere mudanças no médio prazo no perfil de pesquisadores. Esse é um avanço que pode não se efetivar caso os sucessivos cortes de investimentos na pesquisa científica se mantenham. No caso das bolsas de produtividade, benefício concedido aos pesquisadores mais produtivos do país, vemos que o recente processo de rejuvenescimento no perfil dos contemplados favoreceu aos homens. Isso porque as mulheres passam a competir justamente no momento em que ainda tem filhos pequenos e investem simultaneamente na carreira e na família. Esses achados são analisados à luz da histórica divisão sexual do trabalho e do modo como ela se reflete tanto no mercado de trabalho quanto no campo científico brasileiro. Pensar aproximações e afastamentos entre estes dois campos analíticos também foi uma questão explorada neste trabalho.

Abstract:
A presente proposta de comunicação busca compartilhar os resultados de uma pesquisa cujo o objetivo é identificar a existência de desigualdades de raça e gênero no Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG) a partir da análise do perfil de seu corpo discente e dos gestores.    A importância da comunicação justifica-se em razão da persistência da desigualdade de raça e gênero no contexto da educação e do mercado de trabalho no Brasil. Desde o século XX, estudos apontam que a população negra no Brasil ocupa os empregos e funções com menores salários e prestígio na estratificação social (Fernandes, 1991; Azevedo, 1966; Ianni, 1987; Moura,1977; SILVA E LIMA, 1992). A literatura nacional e internacional argumenta que historicamente foi construída a ideologia de que o homem branco europeu é o sujeito portador da racionalidade, humanidade, inteligência, firmeza de conduta e poder de decisão. Tais estereótipos da personalidade masculina branca corroboram para que os homens alcancem postos de trabalho mais altos nas organizações (BOBBITT-ZEHER, 2011; BONELI, 2008; CORRÊA, 2011; FEDERICI (2010), LOMBARDI, 2008, 2013; WATTS, 2009; WILLIAMS, 1992,2013). A literatura é vasta em denunciar a ciência e a tecnologia como elementos de dominação do homem branco (HARDING, 1987; JAGGAR, 1997; SEGATO, 2012; SMITH, 1987; YANNOULAS, 2000); Nesta direção, autoras com Eva Blay (2002) demonstram que há uma segmentação de gênero nos cursos superiores, as mulheres se concentram em maior quantidade em cursos que envolvem o cuidado e ensino enquanto pouco representam em áreas da engenharia e das ciências exatas. Do mesmo modo, Silva (2008) aponta que é praticamente nula a presença de professores (as) negros (as) em cursos de engenharia em universidades brasileiras. Cháves (2015) verificou que a presença de ideologias racistas é uma constante no ambiente universitário, nesse sentido, a mulher negra se insere de forma marginal nos ambientes acadêmicos (Collings, 1991, 2016). Todos estes estudos constituem fundamentos teóricos para compreensão da dinâmica das relações de raça e gênero nos ambientes acadêmicos brasileiros. Os dados coletados na pesquisa apontam que as desigualdades de raça e gênero persistem no IFG, mesmo diante das políticas ações afirmativas e da crescente participação feminina no mercado de trabalho. Nosso objetivo é discutir as nuances dessas desigualdades no âmbito do IFG, desde as cadeiras escolares de seus cursos às instâncias de gestão e deliberação.  

Abstract:
Os temas centrais desta pesquisa são: desigualdades de gênero no ensino superior, parentalidade, e os desdobramentos da correlação entre os dois temas.  O objetivo é averiguar, a partir de dados quantitativos, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2015, se o fato de ter filho(s) influencia no ingresso de jovens homens brasileiros no Ensino Superior – e se sim, saber se o impacto é comparável ao exercido sobre a vida escolar das mulheres. Ou seja, são correlacionadas, primeiro, as duas variáveis para os jovens do sexo masculino – escolaridade em nível superior e paternidade – e depois, comparados aos dados das jovens mulheres, que têm entre 18 e 29 anos de idade. A partir dos recortes e da comparação, a pesquisa incorpora, junto aos resultados, questões que circundam as desigualdades de gênero na sociedade contemporânea.   No âmbito das Ciências Sociais, a pesquisa se insere na temática da desigualdade de gênero na atualidade. As questões de gênero surgiram na academia “como uma categoria para se falar sobre essa dimensão da vivência humana não reconhecida nas ciências sociais humanas após diversas pressões dos movimentos feministas e de mulheres em diferentes sociedades” (KUCHEMANN; BANDEIRA; ALMEIDA, 2015). As discussões e os estudos sobre a categoria partiram, fundamentalmente, dos esforços da parte dominada a fim de ampliar, dentre tantos outros aspectos, o conhecimento sobre a dominação masculina (Bourdieu, 2011), buscando reverter a ordem construída e de desigualdade, observando a construção de gênero desde o nascimento do individuo, determinada sob um sistema binário do masculino e feminino (Bourdieu, 2011; Héritier, 2002; Beauvoir, 2002). Como categoria de análise, o conceito de gênero engloba fenômenos de diferentes alçadas que podem se relacionar por diversos ensejos e que podem ser estudadas sob diferentes olhares. O objeto escolhido para este estudo foi o jovem homem pai, e o objetivo foi estudar, dentro das categorias de gênero, justamente, o “lado” da dominação (masculina) no âmbito privado, com o intuído de melhor compreender as assimetrias das relações de gênero e suas consequências tanto na vida dos homens quanto na vida das mulheres.  Busca-se ampliar o conhecimento sobre o tema, partindo da ideia de que “não se pode apenas estudar as mulheres, pois o objeto dos estudos de gênero é mais amplo, e, sendo assim, faz-se necessária uma análise em todos os níveis, âmbitos e tempos (...) para se alcançarem maiores resultados” (BARBIERI, 1991). Ao objeto foi relacionada uma ‘contraordem’ da ‘superioridade’ masculina (Heritier, 2002) ainda não muito analisada: o fato de que os homens, no que diz respeito ao ingresso no Ensino Superior no Brasil, em números absolutos, estão em desvantagem em relação às mulheres; e relacionado a isso, a causa hipotética da paternidade.

Abstract:
O trabalho é um grande desafio colocado frente à curiosidade investigativa do tema violência sexual, pois se reporta a prática dos crimes sexuais no interior da universidade. O projeto procurou revelar como as práticas de violência são manifestas no campus universitário, tendo estudantes como agressores, dada a regularidade de casos relatados, manifestos sobretudo em situações de entretenimento acadêmico com o chamado “Boa Noite Cinderela”. O estudo teve o apoio do CNPq e foi realizado através da metodologia quali-quantitativa, com a técnica de survey monkey e contou com a participação de 670 entrevistas de estudantes de cursos de graduação da Universidade Federal de Viçosa - UFV/MG - Brasil, de forma anônima e voluntária. Os resultados foram reveladores, inclusive para a comunidade acadêmica, pois apresentou dados característico para as universidades do interior, uma vez que os estudantes deslocados de um tipo de controle social, relativizam práticas violentas, naturalizando determinados comportamentos agressivos nesse período temporal, o qual estão submetidos, na condição de estudantes. A pesquisa revelou dados significativos, onde cerca de 30% dos estudantes que responderam ao questionário admitiram ter sofrido algum tipo de violência sexual e que, estes casos, ocorreram antes da entrada do estudante na instituição (51,2% dos casos ocorrem antes da entrada da vítima na UFV). Os outros 70% dos respondentes já ouviram falar da ocorrência desses casos na universidade, nos contextos de festa de cursos/ recepção de calouros/ (35,9%) dentro do campus a noite (40,5%), nos alojamentos (9,8%), no campus de dia (10,5%), festas dentro da universidade (8,1%), em trote universitário (5,7%), fora do campus (40,7%) e outros (4,4%). Os relatos escritos sobre práticas de violência sexual vão desde assédio sexual verbal dentro do campus da UFV, até o ato de estupro dentro de repúblicas universitárias. A lógica moralista e conservadora justificada nas práticas violentas assoalham como as relações autoritárias de gênero estão impressas a determinados grupos sociais: jovens, estudantes universitários. A pesquisa também estabeleceu uma tipologia dos tipos de violência manifestos no âmbito acadêmico, classificando – as; bem como dos tipos de sanções estabelecidas pelo grupo, em caso de denúncia.  

Abstract:
Los debates que, como sociedad, venimos dando en torno al feminismo; la problemática de género y de la disidencia sexual, ponen en discusión qué significa vivir en democracia. Las mismas, se tornan una tarea imprescindible para promover cambios en la construcción de la ciudadanía. Es por ello, que atendiendo al ítem “Género, Feminismos y sus aportes a las Ciencias Sociales”, haremos foco en las desigualdades de género para brindar algunas aproximaciones teórico-metodológicas. Sabemos que las trayectorias familiares, escolares y educativas en general, van conformando un estereotipo; una idea; una estructura; hasta, una imagen de las formas de ser en una sociedad. También sabemos que las instituciones educativas han sostenido históricamente una relación conflictiva con la sexualidad y ha sido frecuente su negación y ocultación convirtiéndola en un tema tabú, de “lo que no se habla”. Parafraseando a Morgade, decimos que los antecedentes de la investigación educativa señalan la persistencia en la escuela de una “norma” corporal biologicista; sanitaria; sexista y sobre todo, heteronormativa. Es la norma que censura, sistemáticamente, la comprensión de la sexualidad como espacio de subjetivación afectiva y de placer. En este sentido, la tendencia a la extensión de la obligatoriedad escolar y considerando que los/as sujetos transitamos gran parte de nuestras vidas por instituciones escolares es que proponemos repensar las acciones/experiencias que moldean nuestras prácticas y nos brindan concepciones del mundo y representaciones sociales del debe ser. En otras palabras, perseguimos el objetivo de analizar y deconstruir la institucionalización de prácticas que producen y reproducen estereotipos de género y roles masculinos/femeninos hegemónicos. Reconocemos que, en los últimos años, proliferaron experiencias áulicas, institucionales y/o de formación docente que han propuesto otro paradigma para pensar la ligazón entre educación, género y sexualidad. Como es el caso de la legislación vigente, la Ley de Educación Sexual Integral N° 26.150 sancionada en 2006, precedente insoslayable para estos debates. En este marco, se aprobaron otras leyes como la Ley de Matrimonio Igualitario (2010) N° 26.618 y de Identidad de Género (2012) N° 26.743 que atendieron a las demandas del movimiento LGTBI. Las mismas, al ser promulgadas a nivel nacional obligaron a las provincias a, cuanto menos, poner en debate las problemáticas que las conforman. Si bien la Ley 26.150 está vigente desde hace poco más de diez años, existen indicios que presuponen una dispar implementación en las instituciones educativas. La presente ponencia intenta realizar una aproximación de prácticas naturalizadas, para comenzar a deshacerlas en búsqueda de aportes para construir una sociedad más equitativa; respetuosa e inclusiva para todas/os.

Abstract:
O presente resumo é o resultado de uma pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso. Os dados orais foram coletados por meio da técnica de entrevistas narrativas junto à professoras negras, docentes da Universidade do Estado do Pará, na cidade de Belém. Inicialmente se deu uma discussão teórica baseada em autores como Bauer e Gaskell (2002), Freire (2011), Gomes (1996), Gonzales (1984), Louro (2007 e 2008), Saviani (2005), Scott (1989 e 1999), entre outros. Foram trazidas temas como o ser mulher, o ser mulher negra dentro da universidade, a discriminação racial e o papel da educação na transformação da realidade vigente. A pesquisa abordou três variáveis basilares facilmente encontradas e raramente discutidas na instituição em que o estudo foi realizado: gênero, educação e negritude. Os sujeitos da pesquisa, foram três professoras autodeclaradas negras, na faixa etária de 30 à 65 anos, como informantes centrais da pesquisa. Estabeleceu-se os objetivos de compreender a realidade acerca de como ocorre o processo formativo de mulheres autodeclaradas negras, como elas chegaram ao cargo de professoras universitárias e o que lhes motivou à optar por essa carreira, propósitos que foram alcançados, e superados, quando através da fala das docentes se fez possível ter conhecimento sobre suas histórias pessoais, acadêmicas e profissionais. Foram identificadas particularidades por meio do registro das histórias das suas vidas. Assim, se fez possível o debate sobre gênero, raça e educação no que concerne ao ingresso dessas docentes no ensino superior, assim como suas visões sobre preconceito, cotas raciais e educação.

Abstract:
El objetivo del estudio fue generar información actualizada respecto a la realidad nacional en formación y promoción de investigadoras en las disciplinas de ciencia, tecnología, ingeniería y matemáticas (STEM), a nivel de programas de doctorado, con el fin de conocer las necesidades, brechas, oportunidades y desafíos. Así como también obtener información acerca de las medidas e iniciativas de atracción, formación y promoción dirigidas a mujeres científicas implementadas por universidades a nivel nacional. Para ello, se realizó un diseño de investigación mixto que contó: con una encuesta online dirigida a directivos/as, académicos/as y estudiantes de Programas de Doctorado STEM (alcanzando una muestra de 1430 encuestas); 29 entrevistas a actores del estamento directivo y representantes de organizaciones de estudiantes de doctorado, y 7 focus group con estudiantes de doctorados STEM. Entre los resultados más relevantes del estudio, destacan: aproximadamente la mitad de los/as encuestados/as percibe que las carreras científicas de los varones avanzan más rápido que las de las mujeres; mientras para los varones de todos los estamentos, el principal obstáculo en la carrera académica han sido los recursos económicos, las mujeres reconocen como obstáculos principales la falta de reconocimiento de sus pares (en directivas), la conciliación familia/academia (en académicas), y los recursos económicos (en estudiantes); aproximadamente un cuarto de las mujeres declara haberse sentido incómoda por su sexo durante su carrera académica (en todos los estamentos); y alrededor de un 10% de las académicas y estudiantes declara haber sufrido propuestas sexuales no deseadas por parte de un superior jerárquico, colegas o compañeros/as. En relación a las medidas e iniciativas, se encontró que si bien la mayoría de las universidades no considera la igualdad de género en sus normativas y documentación institucional, ni tampoco cuenta con diagnósticos ni políticas de género; sí existen algunas universidades que se encuentran avanzando en la creación de una institucionalidad de género, así como también algunos programas o facultades han generado algunas medidas específicas de atracción de mujeres a nivel de pregrado. También se hallaron diversas iniciativas no institucionales de gran importancia, como por ejemplo, la creación de redes de mujeres científicas y las actividades de difusión que estas realizan. Por último, se observa que en general en la comunidad científica universitaria existe una apertura en relación a las políticas públicas orientadas a la igualdad de género, aunque el apoyo disminuye cuando se trata de acciones en sus propios programas de doctorado o unidades académicas. Asimismo, para un número considerable de participantes del estudio, las medidas de acción afirmativa aparecen como controversiales, en tanto podrían atentar contra el principio de meritocracia en la carrera científica. Este estudio fue realizado por solicitud de Conicyt Chile.

Abstract:
Este estudo etnográfico realizou-se em duas escolas públicas do segundo ciclo do ensino fundamental, de duas capitais brasileiras, São Paulo e Salvador. O bullying é analisado como integrante do processo de socialização que conduz ao aprendizado da identidade de gênero normativa entre pares. As técnicas metodológicas utilizadas foram: observação participante, conversas individuais e grupais com adolescentes de ambos os sexos e entrevistas em profundidade com garotas de 11 a 15 anos. Conduzidos como processos de rebaixamento moral, os episódios de bullying são interações ritualizadas de pertencimento e exclusão social que integram a cultura de pares, especificando scripts de gênero adequados. A regulação sexual organiza a hierarquia social através da difamação de meninas imputadas como “desviantes”. Mediante fofocas, insultos e isolamento, símbolos dominantes como beleza, atratividade, moderação sexual e passividade são manejados pelas adolescentes, delineando os limites socialmente estabelecidos de performances seguras. Por outro lado, nos permite observar os prismas da agência na internalização de normas sociais pelas jovens, objetivamente manifesta como esse processo de socialização é dinamizado pela expressão da subjetividade das meninas, com a escolha de papéis, o exercício de sua capacidade volitiva, a conjecturação de estratégias de ação e a habilidade de amalgar sentidos do feminino, ressignificando discursos e práticas concernentes a sua identidade de gênero. As garotas representadas como desviantes buscam ressignificar atributos e traços relacionados a essas identidades de gênero e, assim, lograr posições mais elevadas na hierarquia social da escola. O bullying impulsiona o entendimento da normatividade de gênero ao organizar regras e casos de aplicação de punições. O enquadramento de condutas produz uma lógica de compreensão das formas como meninas e meninos devem se relacionar e agir um em relação ao outro. Ao impelir à assimilação de estereótipos de gênero, o bullying reforça as fronteiras entre o feminino e o masculino nas práticas cotidianas, culminando em um processo de feminilização.

Abstract:
Desde a última década do século XX o Brasil tem passado por consideráveis transformações, em especial no cenário da educação pública, onde tomou uma configuração ainda mais significativa para a sociedade. Diante da perspectiva de avanços no campo educacional, o presente trabalho proporciona os resultados de um estudo demográfico relacionado ao gênero, o qual tem como objetivo primordial compreender como e em que medida a posse do capital cultural contribui para a ascensão das mulheres à Educação Superior. Mais especificamente, buscou-se: i) identificar as condições (formato) de acesso de algumas coortes; ii) especificar de quais redes de ensino os discentes originaram; e iii) constatar a significância de estudantes de acordo com o curso segundo o gênero, tais passos possibilitaram a composição dos perfis dos estudantes de determinados cursos universitários. Assim, ressalta-se a fundamentação teórica da pesquisa a qual levou em conta que a mulher conquista cada vez mais novos espaços, entretanto seu ingresso na Educação Superior ainda parece condicionado por escolhas decorrentes das expectativas que a sociedade lhe impõe. De maneira a concatenar estas informações, a pesquisa volta-se aos conceitos de capital cultural e violência simbólica, empreendidos pelo sociólogo Pierre Bourdieu. Todavia, a análise e a interpretação de microdados do Censo do Ensino Superior, nos anos de 2010 e 2014, através da aplicação do método Grade of Membership, consolida-se como ponto fundamental da pesquisa ao observar os perfis dos alunos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da Universidade de São Paulo. Ao final, o trabalho apresenta considerações de que a tendência de feminização do ensino superior se mantém, no entanto ainda se observa um direcionamento de escolhas com maior vigor para alguns cursos, o que confirma ser imprescindível o aprofundamento do debate teórico relacionado a esse assunto.