08:00 - 10:00 Presentación de PONENCIAS
01. Ciencia, Tecnologías e Innovación | Mesa 6: Ciencia, Tecnología y salud |
Wednesday 06/12 | 08:00 - 10:00 | Ciencias Sociales | A1 |
Redes médicas hormonais, terapias hormonais e corpos: algumas reflexões (#2511)
Ana Pimentel 1; Claudia Bonan
1; Paula Gaudenzi
1; Luiz Teixeira
11 - iff.
Abstract:
Novas especialidades médicas hormonais e a constante busca pelos hormônios Este trabalho surge a partir da realização da pesquisa de doutorado que investiga a trajetória dos implantes hormonais subdérmicos no Brasil, produzidos por uma farmácia de manipulação chamada Elmeco. Os implantes hormonais subdérmicos iniciam sua vida no Brasil na década de 1960 através de pesquisas clínicas conduzidas pelo médico e pesquisador Elsimar Coutinho, que estava envolvido com o desenvolvimento de “novas formas de administração” de substâncias contraceptivas. A Elmeco, criada pelo mesmo médico em 1993 na cidade de Salvador, na Bahia tem o objetivo de “investigar o desenvolvimento e a produção dos implantes hormonais subcutâneos”. Os mesmos tubos de silicone são utilizados na produção destas formas farmacêuticas desde suas origens. De todo modo, desde a constituição da Elmeco, estes objetos farmacêuticos estão relacionados e articulados com outros circuitos, debates e atores. Este trabalho aborda, especificamente, o circuito de médicos prescritores dos implantes produzidos pela Elmeco. Foi possível perceber que existe uma heterogeneidade de perfis e especialidades envolvidas na prescrição dos implantes produzidos pela Elmeco, ou seja, não é possível delimitar uma especialidade ou uma formação exclusiva dos profissionais que utilizam os implantes em suas prescrições e seus consultórios médicos. Ao mesmo tempo, identificamos um processo em curso de constituição do que chamamos “novas especialidades hormonais”, que pudemos encontrar ao longo da investigação com os implantes subdérmicos. Estes médicos “especializados” em “nutrologia”, “terapia de modulação hormonal bioidêntica (TMHB)”, “fisiologia hormonal”, “medicina funcional” dentre outras,, utilizam diferentes formas farmacêuticas hormonais, dentre elas, os implantes hormonais subdérmicos produzidos pela Elmeco. Este trabalho almeja explorar este processo em curso de constituição de redes de profissionais médicos, que utilizam múltiplos tipos de hormônios em sua prática clínica. Tais redes não se conformam da mesma maneira que as especialidades médicas “tradicionais”, ao contrário, rejeitam as especialidades que definem como “tradicionais”. A prática clínica envolve um contato entre profissionais dessas diferentes áreas mais contínuo; engajam-se na defesa de uma relação médico paciente mais próxima e longitudinal; a assistência à saúde ocorre exclusivamente em consultórios particulares privados; defendem a ampliação da noção de saúde em que a prevenção seja um elemento fundamental. Seu principal objeto terapêutico são hormônios em diferentes dosagens, formas farmacêuticas e utilizados de maneira contínua. “Os hormônios são tudo”, segundo uma médica nos descreve. O corpo para esta rede múltipla de médicos especializados em hormônios sempre precisa de ajustes hormonais, independentemente da idade, é sempre possível estar mais saudável com ajustes hormonais.
01. Ciencia, Tecnologías e Innovación | Mesa 6: Ciencia, Tecnología y salud |
Wednesday 06/12 | 08:00 - 10:00 | Ciencias Sociales | A1 |
Las Técnicas de Reproducción Humana Asistida y la puesta en crisis de la matriz heterobiologicista: investigación socio jurídica en la argentina (#2915)
Mariana Rodriguez Iturburu 1; Natalia De La Torre
1; Federico Notrica
1; Patricio Jesus Curti
1; Leonardo Vittola
11 - Universidad de Buenos Aires.
Abstract:
Las técnicas de reproducción humana asistida nacidas como alternativa médico terapéutica frente a la infertilidad de parejas heterosexuales que no podían acceder a la maternidad/paternidad por las vías “naturales” o “tradicionales”, alcanzan hoy usos impensados en su genealogía, producto no sólo de los avances científicos-tecnológicos sino, también, de los cambios sociales y culturales en torno a los modos de entender y configurar el parentesco y los proyectos parentales. Ante escenarios familiares diversos que interpelan con mayor o menor fuerza la matriz heterobiologicista, nos interesa compartir en este espacio los resultados de una investigación interdisciplinar realizada en la argentina durante los años 2013-2016 que tuvo por objeto, describir y comprender las motivaciones y experiencias de los usuarios de técnicas de reproducción humana asistida que hayan requerido como parte de su tratamiento de la donación de gametos, como así también de aquellos que acudieron a la gestación por sustitución como forma de acceso a la maternidad/paternidad.
01. Ciencia, Tecnologías e Innovación | Mesa 6: Ciencia, Tecnología y salud |
Wednesday 06/12 | 08:00 - 10:00 | Ciencias Sociales | A1 |
Biobancos, biorepositórios e a mundialização da pesquisa biomédica (#3230)
Márcia Oliveira Teixeira 1;
Vinicius Pellizzaro Klein
2; Jose Eduardo Soares Saraiva
21 - Fundação Oswaldo Cruz. 2 - PPGICS/Fundação Oswaldo Cruz.
Abstract:
O pensamento sociológico é crucial à compreensão das dinâmicas de produção das tecnociências, em especial no tocante às suas relações com o Estado, a indústria e os serviços de saúde. Assim como é fundamental a produção de conhecimento local, enraizado no pensamento latino americano. Partimos dos resultados parciais de uma pesquisa sobre a produção de novas entidades em instituições de pesquisa em saúde, notadamente plataformas, centros de dados para computação em nuvens, biobancos e biorepositórios. Interessa-nos, especialmente, a proliferação de biobancos e biorepositórios. Legislações restritivas à pesquisa com humanos (clínica) e animais não-humanos (pré-clínica) incentivam a organização de infraestruturas de pesquisa localizadas em países com legislações mais branda, com sistema de C&T e de saúde organizados e capazes de suportarem colaboração científica internacional. Enquanto o crescimento das pesquisas com novos meios de diagnóstico e terapias baseadas na genética molecular e na biotecnologia renova o apego por material biológicos de diferentes latitudes e longitudes. Um exemplo é o interesse de instituições públicas e privadas norte-americanas e europeias no material biológico de brasileiros afetados pela epidemia de zika vírus. Estes materiais são imprescindível à P&D de reativos para diagnóstico rápido e de vacinas. Materiais biológicos (humano e não humano) como fluidos, células, tecidos e substâncias intracelulares, essenciais à pesquisa biomédica, historicamente eram armazenados em hospitais e laboratórios. Nas últimas décadas as TICs, as tecnologias de criopreservação, a biologia molecular e a bioinformática contribuíram para a produção e disseminação de novas entidades que tornam disponível de modo organizado e a distância o acesso às informações (biobancos) e às amostras (biorepositórios). Biobancos e biorepositórios são entidades dedicadas ao armazenamento de material biológico associadas a plataformas e redes de pesquisa cooperativa multinstitucionais e internacionais. Consideramos que a produção destas entidades participa de nova fase do processo de expansão geopolítica das práticas de pesquisa biomédicas. Neste trabalho discutiremos como tratar esta expansão. A literatura sociológica tem enfatizado a expansão e o aprofundamento da internacionalização das instituições de pesquisa locais. Há farta e excelente produção de artigos e livros sobre o tema. A internacionalização enfatiza o movimento de atravessamento de fronteiras. Ocorre que a expansão destas entidades, como descrevemos em estudos anteriores, é acompanhada pela reorganização de práticas, além da incorporação de novos problemas, objetos e dinâmicas entre instituições de pesquisa, setores produtivos e serviços de saúde. Logo há algum nível de relação com mudanças na epistemologia dos grupos de pesquisa. Há uma integração funcional não capturada pela internacionalização. Integração que a aproxima da globalização. Entretanto, na medida em que as tecnociências não se restringem a dimensão econômica, globalização é restritiva. Propomos toma-la como processo de mundialização. Para tanto, revisitaremos a produção de Ortiz, Canglini, Keating, Cambrosio, além de Rose.
01. Ciencia, Tecnologías e Innovación | Mesa 6: Ciencia, Tecnología y salud |
Wednesday 06/12 | 08:00 - 10:00 | Ciencias Sociales | A1 |
Biotecnológia y Derecho: ¿cuáles son las implicancias del diagnóstico genético preimplantatotrio en la Argentina? (#4406)
María Martina Salituri Amezcua 1;
Sabrina Silva
2;
Carolina Videtta
21 - CONICET/UNICEN. 2 - UBA.
Abstract:
En el presente trabajo nos proponemos indagar y analizar, desde un enfoque sociojurídico y bioético, las implicancias que presenta el diagnóstico genético preimplantatorio (en adelante, DGP) en el derecho argentino. Según el glosario de la Organización Mundial de la Salud, esta técnica consiste en el análisis de cuerpos polares, blatomeras o trofoectodermo de ovocitos, zigotos o embriones para la detección de alteraciones específicas, genéticas, estructurales y/o cromosómicas. Lo cual implica que el DGP es utilizado para el estudio de material genético y embriones in vitro, con el fin de detectar alteraciones y malformaciones. Varios son los interrogantes que abre el avance biotecnológico frente a la posibilidad fáctica de su realización: ¿por qué recurrir a esta técnica?; ¿estamos frente a un supuesto de manipulación y alteración genética de la descendencia?; ¿cuál es el análisis desde el punto de vista eugenésico y de los derechos humanos comprometidos?; ¿cuál es la conexión entre el DGP y la protección jurídica que se le brinda al embrión no implantado (o in vitro)?; ¿y cuál es la conexión con los derechos humanos de las mujeres respecto de sus cuerpos? Diversas son las respuestas que se han brindado desde la operatoria jurídica. En la Argentina el silencio legislativo es el principal protagonista, sobre todo a través de la omisión regulatoria del DGP en la ley n° 26.862 de acceso integral a los procedimientos y técnicas médico-asistenciales de reproducción médicamente asistida, lo que generó gran cantidad de demandas por cobertura médica que han recibido distintos tratamientos por parte de los tribunales, los cuales han tomado en consecuencia un rol activo. Esto también puede observarse en otros países, tal así que el Tribunal Europeo de Derechos Humanos se ha expedido sobre la realización o no del DGP en un caso contencioso. En sentido similar al europeo y con las características propias de nuestra región, el enfoque de derechos humanos en relación al DGP también ha irrumpido concretamente en el sistema interamericano, en virtud de una denuncia contra el Estado argentino presentada ante la Comisión Interamericana de Derechos Humanos que, actualmente, se encuentra en trámite. Por ende, y a través de la metodología de revisión jurisprudencial y normativa desde el derecho nacional, internacional y comparado, pretendemos bucear en estas respuestas para intentar desentrañar y visibilizar lo que se encuentra detrás de las decisiones y silencios adoptados.
01. Ciencia, Tecnologías e Innovación | Mesa 6: Ciencia, Tecnología y salud |
Wednesday 06/12 | 08:00 - 10:00 | Ciencias Sociales | A1 |
Médicas entre la doble adversidad: género y ejercicio profesional en el campo de la medicina quirúrgica en Lima Metropolitana (#4781)
Luis Arturo Romero Granados 11 - Universidad Nacional Mayor de San Marcos.
Abstract:
Vivimos en un creciente proceso de feminización de nuestras sociedades, de un crecimiento numérico y cada vez más notoria visibilización de las mujeres, en espacios viejos y nuevos. Atestiguamos no solo un retorno de las mujeres en la escena pública y espacios donde fue desplazada, sino que la preocupación pública y académica las ha puesto en sus principales agendas. Uno de los ámbitos en que se ha observado un especial proceso de feminización es en la ciencia médica, donde en el periodo que va del siglo XIV hasta mediados del siglo XX, la mujer fue desplazada de espacios que paulatinamente los varones se fueron apropiando y ocupando, como ámbitos de la salud y del cuidado. En la ciencia médica peruana, por ejemplo, esta feminización se expresa en que el número de egresadas es mayor al de egresados en varios centros de formación, en una mayor cantidad de profesionales médicas en las correspondientes instituciones médicas y de salud, sin embargo, en rubros de representación (cargos de representación y de tomas de decisión) y de investigación (participación y producción individuales y/o colectivas en papers y patentes) esa situación y tendencia favorable resulta aparente y más aún adversa, doblemente adversa, pues por un lado tenemos unas débiles instituciones científicas y, por el otro, la condición y visión que viven las mujeres, en general, en nuestro medio, limitan su desarrollo profesional y científico, una especie de segregación horizontal que ocurre entre pares del oficio, y una segregación vertical por colegas que ocupan cargos de decisión y representación.Este estudio fue realizado bajo la propuesta teórica de campo científico de Pierre Bourdieu, la reciente incorporación de género a los estudios sociales de la ciencia y la tecnología y desde una propuesta local a la que podemos denominar perspectiva de las ciencias de la adversidad, desarrollada por el historiador Marcos Cueto y el sociólogo Sebastián Zárate, la cual es particular en países de nuestra región, donde nuestras instituciones científicas son precarias y la atención hacia las mismas es exigua. La metodología que se emplea es básicamente cualitativa la cual recoge, a través de entrevistas a profundidad semiestructuradas, la percepción sobre sus propias trayectorias a profesionales, varones y mujeres, en medicina quirúrgica, especialmente, poniendo más atención a su incorporación y ejercicio profesional, donde las mujeres, a medida que avanzan son cada vez menos y con poca oportunidad en las tomas de posición en espacios de decisión, representación e investigación. Adicionalmente, se aplican encuestas con el objetivo de conocer más extensivamente la situación presentada de acuerdo a los índices de brecha, potenciación y adversidad de género.
01. Ciencia, Tecnologías e Innovación | Mesa 6: Ciencia, Tecnología y salud |
Wednesday 06/12 | 08:00 - 10:00 | Ciencias Sociales | A1 |
Análisis de la producción y el uso social de conocimiento en salud (#5156)
Jorge Andrés Echeverry-Mejía 11 - Universidad Nacional de Córdoba.
Abstract:
En los estudios sociales de la ciencia, la tecnología y la innovación (o campo CTS) se viene analizando desde hace varias décadas el proceso de generación y uso de conocimiento, considerado por varios autores como una construcción social, dado que tanto en el diseño de una investigación, como sus resultados tienen la injerencia de múltiples factores propios de las relaciones humanas e institucionales, además de las condiciones políticas, económicas y sociales en general. El caso a analizar en este trabajo está orientado a la exploración y análisis de las visiones, tensiones y controversias existentes en el campo de la salud, particularmente desde dos universidades públicas: la Universidad Nacional de Córdoba (Argentina) y la Universidad de Antioquia (Colombia). En estas dos instituciones se viene realizando una caracterización de la producción de conocimiento en salud, desde un enfoque cualitativo, a través de la revisión documental y la entrevista a directivos e investigadores en relación con las prácticas de producción y uso de conocimiento, considerando especialmente el aporte de las ciencias sociales y humanas, para analizar las motivaciones y las tensiones en la configuración de los problemas de conocimiento y los problemas sociales en relación con la salud.
01. Ciencia, Tecnologías e Innovación | Mesa 6: Ciencia, Tecnología y salud |
Wednesday 06/12 | 08:00 - 10:00 | Ciencias Sociales | A1 |
Absorção e metabolização dos hormônios sexuais e sua transformação em tecnologias contraceptivas: percursos do pensamento médico brasileiro (#5494)
Claudia Bonan 1; Andreza Nakano
1; Luiz Teixeira
11 - Fundação Oswaldo Cruz.
Abstract:
Entre 1920 e 1930, os hormônios sexuais foram identificados, sintetizados e comercializados como drogas para tratamentos de condições diversas. As propriedades de inibição da ovulação dos hormônios sexuais já eram conhecidas, mas sua transformação em produtos contraceptivos se deu nos anos de 1950. Em 1960, nos Estados Unidos, o FDA autorizou a comercialização primeira pílula anticoncepcional. O processo de recepção e difusão das pílulas anticoncepcionais no Brasil foi rápido. Em 1962, algumas marcas já eram vendidas nas farmácias e milhares de mulheres já consumiam o produto. Em meados dos anos 1970, esses produtos já estavam estabilizados. O estudo analisa os processos de assimilação de conhecimentos e desenvolvimento de práticas clínicas e de pesquisa concernentes aos hormônios sexuais, entre ginecologistas brasileiros. Especificamente, discute o percurso do pensamento médico da recepção dos hormônios sexuais à sua transformação em produtos contraceptivos, com o objetivo de compreender estilos de introdução, difusão, utilização e translações de tecnologias médicas na esfera da saúde sexual e reprodutiva no Brasil. São analisadas matérias publicadas entre 1936 -1970 nos Anais Brasileiros de Ginecologia (ABG). Os ABG são fruto do processo de renovação da ginecologia brasileira, ocorrido em meados dos anos 1930, e, no período, era organizado de modo a privilegiar trabalhos originais produzidos no país e discussão de novidades do campo da ginecologia publicadas no exterior. Artigos publicados nos ABG mostram que o grande interesse dos médicos pelos hormônios se relacionou aos esforços de construção de uma nova ginecologia, moderna e de caráter científico. Tanto estudos científicos sobre hormônios como propagandas desses produtos tiveram grande centralidade nos Anais. A autorização para a comercialização de hormônios como contraceptivos, traria novas questões e demandaria novos posicionamentos dos ginecologistas. Os ginecologistas buscavam ter algum controle na indicação de preparados hormonais; como detentores do conhecimento cientifico especifico, seriam os profissionais habilitados para diagnosticar e tratar problemas femininos relacionados aos hormônios. Era preciso assumir (e reivindicar) o lugar de expertos no assunto dos novos medicamentos, tanto para as questões técnicas quanto para aquelas de ordem social, moral e ética. Em 1966, é lançado um Número especial dos Anais, sobre gestágenos, trazendo vozes dos mais variados lugares do mundo. O alistamento de expertos dos mais longínquos foros acadêmicos parecia indicar que os gestágenos chegaram para ficar. Era necessário um posicionamento local e o alinhamento global. O acompanhamento das novidades científicas sobre hormônios sexuais e seu uso para tratamento de diversas mazelas femininas, desde os anos 1920, foi de grande importância para a rápida aceitação médica da contracepção hormonal. Questões científicas e técnicas (efeitos colaterais, dosagens) e a questão populacional compuseram a maior parte dos debates. Objeções da Igreja católica foram consideradas, mas não pautaram o pensamento médico sobre os contraceptivos. A busca de consolidar a ginecologia como especialidade científica, moderna e cosmopolita, razões sanitárias e demográficas que possibilitavam enquadrar dos contraceptivos como drogas éticas, a abertura para um papel da medicina em prover o bem-estar das pessoas, medicalizando estilo de vida, são processos subjacente à assimilação de metabolização dos hormônios sexuais como contraceptivos hormonais.
01. Ciencia, Tecnologías e Innovación | Mesa 6: Ciencia, Tecnología y salud |
Wednesday 06/12 | 08:00 - 10:00 | Ciencias Sociales | A1 |
A gazeta da Pharmácia: uma análise dos discursos acerca das pílulas anticoncepcionais (#5543)
Tânia Maria Dias 1; Claudia Bonan
1; Andreza Rodrigues Nakano
1; Luiz Antônio Teixeira
1;
Ivia Maksud
11 - Instituto Fernandes Figueira IFF/Fiocruz.
Abstract:
A propagação das pílulas teve efeitos sociais importantes, suscitando novas redes de interações entre diferentes atores sociais. Entre controvérsias, negociações e acomodações, nos circuitos dessas redes se desenvolveu e consolidou o mercado de contraceptivos hormonais orais no Brasil. O circuito das farmácias foi pré-condição para e produto da rápida difusão dos novos contraceptivos e os profissionais nele envolvidos foram atores importantes para a constituição do mercado e a ampliação do uso. Para explorar a participação desses atores escolhemos analisar o periódico A Gazeta da Pharmacia, primeiro jornal especializado, de circulação nacional, dirigido aos farmacêuticos. Publicado mensalmente entre 1932 e 1981, registrou a evolução da profissão, do ensino e da pesquisa no âmbito farmacêutico. Trata-se de pesquisa qualitativa, com enfoque sócio histórico, que utiliza métodos dos estudos sociais das ciências e tecnologias. Levantamos no site online da Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional 191 matérias publicadas entre 1960 e 1981, por meio das palavras-chaves: anticoncepção, anticoncepcional(is), anovulatório(s), hormônios sexuais, explosão demográfica, enovid e anfertil (marcas de pílulas comercializadas no Brasil, nos anos 1960), contracepção, contraceptivo(s), portaria 40 (que regulamentava a venda de pílulas anticoncepcionais sob receita médica) e bemfam (sigla da Sociedade Bem-Estar Familiar no Brasil, primeira entidade de planejamento familiar criada no país, em 1966). A Gazeta da Pharmácia mostra como ocorreu a disseminação de valores ideológicos e consolidação de ideias que indicavam novas necessidades em torno das pílulas anticoncepcionais, que propiciaram as condições necessárias para o recrutamento de aliados. As matérias demonstraram como esses profissionais acompanharam as descobertas no campo científico e como se inseriram na arena de conhecimentos e práticas que surgiram com o advento das pílulas anticoncepcionais. Em defesa das pílulas anticoncepcionais foram evocados discursos sobre sua oportunidade – para questões demográficas, questões de saúde pública e novas utilidades terapêuticas –, segurança (riscos e benefícios) e a eficácia, que criaram uma esfera positiva que aproximava os atores sociais e respondia aos seus anseios sobre essa nova tecnologia médica. Além disso, colocou em evidência o papel do mundo da farmácia ao fomentar os debates sobre a consolidação do campo de atuação dos profissionais – participação desses profissionais na regulamentação da circulação desse produto hormonal, nos debates médico-científico-sociais, na problematização da regulamentação das prescrições (orientação leiga e a prescrição especializada) e na transformação das pílulas em medicamentos éticos (que necessitavam de receita médica para serem vendidos) – representando a hierarquização dos profissionais, a ascensão do farmacêutico formado, sua equivalência científica, técnica e política com outros profissionais. O material também permitiu vislumbrar como a tecnologia foi transformando os discursos normativos sobre fecundidade, sexualidade e população, reenquadrando, legitimando e normalizando a sexualidade feminina sob a nova pratica contraceptiva hormonal.
01. Ciencia, Tecnologías e Innovación | Mesa 6: Ciencia, Tecnología y salud |
Wednesday 06/12 | 08:00 - 10:00 | Ciencias Sociales | A1 |
Histórias de utilização de pílulas anticoncepcionais no Brasil nas décadas de 1960 e1970 (#5544)
Cristiane Vanessa Da Silva Cristiane 1; Tania Maria Dias Tania
1; Claudia Bonan Claudia
1; Andreza Nakano Andreza
1;
Ivia Maksud Ivia
11 - IFF/Fiocruz.
Abstract:
A pílula anticoncepcional foi aprovada para comercialização em 1960, nos Estados Unidos. No Brasil embora permeada por inúmeras controvérsias, teve ampla e rápida difusão. A proposta deste estudo é investigar histórias de utilização de pílulas anticoncepcionais no Brasil, a partir de memórias de mulheres que tiveram experiência com o método, nos anos de 1960 e 1970, explorando as relações e interações dessas usuárias com seus médicos, entre outros atores, e como a utilização das pílulas anticoncepcionais pode funcionar como um dispositivo que produz e veicula normas referentes à reprodução, às práticas contraceptivas, à vivência da sexualidade, ao gênero e aos cuidados de si. O objetivo principal foi elaborar uma história social da incorporação das pílulas anticoncepcionais nas práticas contraceptivas das mulheres brasileiras, nos anos de 1960 e 1970. A pesquisa utilizou o método da história oral, trabalhando sobre narrativas de mulheres acerca da utilização de pílulas anticoncepcionais, nas décadas de 1960 e 1970. Através da técnica bola de neve captamos 49 mulheres de diferentes classes sociais e níveis de escolaridade, moradoras em sua maioria do meio urbano. A análise narrativa apontou para dois eixos principais de análise: o cotidiano das mulheres, ou seja, o privado em relação a utilização das pílulas; e os efeitos sociais das pílulas nas formas de gestão da fecundidade. A análise temática dos conteúdos destacaram: virgindade, vergonha, desejo, diálogo, segredos, prazer feminino e liberdade sexual como temas principais. Nos anos de 1960, a maioria das mulheres utilizaram as pílulas dentro do contexto matrimonial, a partir da prescrição médica. Os farmacêuticos além de fontes de informação, serviram como atores vigilantes das normas de moralidade vigentes. Essa tecnologia médica deveria ser utilizada por mulheres casadas que buscavam o serviço médico para gestão autorizada da contracepção. Já as usuárias de 1970, em sua maioria, utilizaram pílulas a partir das “escutas” de mulheres casadas, compraram pílulas sem receita médica, enfrentaram os olhares de reprovação dos balconistas de farmácias em busca da prevenção da gravidez, desconsiderando a conjugalidade como um pré-requisito para o uso do medicamento. A rede de mulheres foi o principal meio de informação e prescrição informal. De um modo geral, o tema contracepção, assim como sexo, sexualidade não eram discutidos entre pais e filhas ou mesmo entre mulheres solteiras, o sigilo, o segredo, eram necessários para se manter a aparência de “moça de família”. Este dispositivo aproximou as mulheres dos consultórios médicos, assim como oportunizou colocar em discussão a sexualidade, aproximou o parceiro do diálogo sobre gestão da fecundidade, assim como permitiu que as mulheres, aos poucos, fossem articulando uma rede de informações e criando suas próprios conhecimentos sobre a tecnologia. Ambas gerações buscavam se adequar ao perfil de mulher moderna.
01. Ciencia, Tecnologías e Innovación | Mesa 6: Ciencia, Tecnología y salud |
Wednesday 06/12 | 08:00 - 10:00 | Ciencias Sociales | A1 |
Necesitamos una telemedicina mínimamente disruptiva: roles de cuidado, apuntalamiento, calibración y mantenimiento en dos proyectos de telemedicina en Chile (#6080)
Fernando Valenzuela 11 - Universidad Andres Bello.
Abstract:
En los estudios sociales de la tecnología se ha puesto énfasis en las labores rutinarias de mantenimiento, apuntalamiento y calibración, como operaciones que permiten mantener en pie (y ajustar continuamente) las redes sociotécnicas que sustentan el funcionamiento de sistemas tecnológicos complejos. Los estudios sociales de la salud han sido prolíficos en esta línea de indagación, destacándose los estudios de Annemarie Mol y John Law, Nelly Oudshoorn, Carl May, y Tomás Sánchez-Criado, entre otros. Estos estudios han identificado las múltiples prácticas que trabajadores de la salud, pacientes y sus personas cercanas deben llevar a cabo, y las diversas lógicas a las que responden. En este contexto, Carl May, Victor Montori y Frances Mair hicieron un llamado a privilegiar una medicina mínimamente disruptiva: es decir, una medicina que sea sensible a las condiciones concretas de vida de los múltiples actores involucrados, evitando delegar tareas que hacen difícil una adhesión a largo plazo a los tratamientos. No queda claro, sin embargo, cómo responder a este llamado. Por medio de la realización de entrevistas, etnografías y análisis de documentos, hemos investigado procesos de desarrollo, implementación y apropiación de tecnologías de telemedicina en Chile. En nuestro trabajo de campo hemos observado la diferenciación de roles que concentran dichas prácticas de mantenimiento, apuntalamiento y calibración, que permiten que las tecnologías de telemedicina sean menos disruptivas. Mientras los médicos muestran una mayor tendencia a ocupar el rol de héroe (hombres geniales que reconocen posibilidades de innovación, enrolan especialistas, atraen fondos, y lideran procesos de cambio organizacional), estos roles menos visibles suelen ser ocupados por enfermeras y personal técnico. Siguiendo los estudios de Oudshoorn sobre el trabajo invisible de pacientes y trabajadores de la salud, y basado en la creciente literatura STS sobre telemedicina, esta ponencia explora cómo estos roles son realizados y comprendidos en el caso de dos proyectos de telemedicina implementados en Chile, privilegiando la voz de sus ocupantes.