08:00 - 10:00 Presentación de PONENCIAS
11. Género, Feminismos y sus aportes a las Ciencias Sociales | 3. Sexualidades diversas |
Tuesday 05/12 | 08:00 - 10:00 | Ciencias Sociales | B2 |
"Sou homem, sou gay e cristão": um estudo sociológico acerca da produção de discursos em torno de sexualidades não hegemônicas e masculinidades em uma igreja evangélica (#5212)
Carlos Lacerda Coelho Júnior Coelho 11 - Universidade Federal da Paraíba.
Abstract:
O fenômeno da homossexualidade (ou homossexualidades) tem ganhado, cada vez mais, visibilidade na dinâmica de vários setores da sociedade civil organizada. Às vezes de forma progressista, outras vezes de maneira conservadora. Certamente, esta vontade de saber diz respeito a todo um processo político organizado pelo Movimento Homossexual Brasileiro (MHB), que vem construindo um espaço significativo de visibilidade, sobretudo na década de 90 em diante. A epidemia da AIDS, ou a “peste gay”, como era popular e preconceituosamente tratada por vários setores da sociedade, trouxe, em um primeiro momento, o medo e o recuo do movimento. Todavia, após os anos 90 ocorreu um processo de renovação do MHB, e a própria epidemia da AIDS acabou por constituir um vetor de organização, dando voz e espaço de expressão para sujeitos que até bem pouco tempo sofriam profundamente os efeitos da invisibilidade (FACCHINI, 2005; MISKOLCI, 2012). Ao longo das últimas décadas, por meio do processo de reorganização do MHB (FACCHINI, 2005), diversas foram as conquistas em torno da diversidade sexual, sobretudo através do processo de despatologização da homossexualidade por parte da Organização Mundial da Saúde (OMS) – 1990 e também da Associação Americana de Psicologia (APA), como também das conquistas em solo nacional, com a resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP), em 1999, proibindo a patologização em consultórios terapêuticos; a inclusão da cirurgia de redesignação sexual por parte do Sistema Único de Saúde (SUS), em 2007; e a aprovação do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo por parte do Superior Tribunal Federal (STF), 2011, fato este já presente em diversos países do mundo ocidental. Apesar de todas essas conquistas, vivenciamos nos últimos anos um recrudescimento moral, inclusive com pautas políticas de retrocedem as duras conquistas de populações que não cabem dentro das normas hegemônicas de orientação sexual e de identidade de gênero. Apesar desse contexto conservador no qual o Brasil tem sido alvo, alguns discursos de aceitação e respeito às diferenças tem ganhado destaque dentro de igrejas evangélicas inclusivas e até mesmo tradicionais. A proposta desse trabalho, portanto, é apresentar resultados parciais da pesquisa de campo que vem sendo desenvolvida, com objetivo de construção de tese de doutoramento, dentro do espaço de uma igreja evangélica Batista, na cidade de Maceió. A referida igreja já é conhecida na cidade por sua sensibilidade às questões de justiça social e atualmente se posiciou publicamente pela inclusão total, até mesmo nos cargos de liderança, de indivíduos que não se enquadram dentro dos padrões heteronormativos. Deste modo, o trabalho de tese tem por objetivo analisar de que forma os discursos são construídos, entre liderança e adeptos, em torno da relação entre diversidade sexual e religiosidade, atentando para os processos de formulação de novas visões acerca da "homossexualidade".
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A sexualidade propagandista: o discurso publicitário e promocional no âmbito dos movimentos de diversidade sexual. (#5554)
Carlos Reinke 11 - UNIVERSIDADE FEEVALE.
Abstract:
Este estudo tem como tema central o estudo apresentar as mudanças relativas aos movimentos sexuais e como estas podem ser percebidas em diferentes universos, como é o caso do processo discursivo. Que no estudo estará centrado no discurso propagandista. Assim, o objetivo central deste estudo visa identificar as estratégias enunciativas que estruturam o discurso propagandista presentes nas campanhas e ações direcionadas ao público em questão. Esta abordagem também concede espaço para a realização de recortes mais específicos, como por exemplo, abordar questões da identidade de gênero por uma ótica enunciativa; avaliar como a teoria do discurso propagandista pode ser identificado na prática; e identificar possíveis elementos comuns presentes nas campanhas. Para tanto são trabalhados conceitos de autores como Mikhail Bakhtin e Patrick Charaudeau em relação a questões de estratégias discursivas; Stuart Hall e Grant McCracken no que diz respeito as relações de identidade e cultura; e Kotlinski em relação a questões sobre sexualidade. Obtendo assim um estudo centrado no discurso e sua relação entre discurso e sexualidade. Palavras-chaves: Discurso. Propagandista. Sexualidade. Identidade.
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Breves considerações acerca dos transgêneros no mercado de trabalho (#5836)
Pereira Rocha Adriana 1; Leite Sousa Lamarck
2;
Cupertino Salloum E Silva Phillipe
21 - Faculdades Integradas de Patos-PB. 2 - Faculdades Integradas de Patos- PB.
Abstract:
O presente trabalho consiste em um estudo teórico acerca da discriminação e o preconceito voltado aos transgêneros. A homofobia é categorizada como intolerância, estando presente em todo o meio social, no mercado de trabalho.A segregação existe no mercado brasileiro como mercanismo de exclusão, já que a sexualidade é um quesito diferenciador dos trabalhadores de diversos segmentos, restringindo o mercado de trabalho e distanciando- se de uma política mista. Para uma melhor compreensão será abordada a estrutura do mercado de trabalho, com destaque de suas intempéries, voltada para as minorias, confrontando essas premissas com a real segregação de gênero presente nas contratações. Desta perspectiva, avalia-se que a realidade brasileira dos transgêneros no mercado de trabalho perfaz-se insuficiente às sua necessidades, necessitando de intervenção estatal para assegurar a sua inserção no mercado de trabalho. Palavras-chaves:Mercado de Trabalho.Segregação. Transgêneros.Gênero
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Diversidad familiar: vulneración de derechos a familias lesbomaternales en el Gran Concepción, Chile (#6029)
Luisa Liliana Sánchez Zagal
1;
Fernanda Macarena Adán Arias
1;
Elisa Andrea Chávez Aravena
1;
Tatiana Aracely Cifuentes Antris 1;
Colomba Andrea Godoy Arteaga
1; Pia Isidora Troncoso Hormazabal
11 - Universidad de Concepción.
Abstract:
La investigación fue presentada en el Seminario de licenciatura de la Facultad de Ciencias Sociales de la Universidad de Concepción para optar al grado de Licenciado en Psicología. Este estudio pretende contribuir en la visibilización de las familias lesbomaternales y los efectos psicosociales que genera la vulneración de derechos en les miembros de dichas familias, residentes en el Gran Concepción, Chile. Para esto se realizaron ocho entrevistas semiestructuradas con el objetivo de indagar desde los relatos y vivencias sobre las experiencias y significados que se construyen en torno a la vulneración de derechos. Para seleccionar la muestra se utilizó la estrategia de bola de nieve y muestreo por conveniencia. Esta se compuso por ocho mujeres lesbianas con hijes, entre ellas mujeres solteras y otras que mantenían una relación de pareja. Es importante destacar que en esta investigación teóricamente nos posicionamos desde la Psicología Social Crítica, con el fin de indagar en la problemática de manera sistemática desde las propias vivencias de las entrevistadas, permitiendo desarticular el fenómeno conocido para construir nuevos conocimientos de forma crítica y reflexiva. En cuanto a la metodología, se utilizó el diseño de investigación cualitativa desde el enfoque de la Fenomenología para explicar los significados que forman parte de la vida de las entrevistadas. Para el análisis aplicamos la Teoría Fundamentada para contrastar hechos contextuales e históricos con variables nuevas que emergieron del estudio, como las estrategias que las entrevistadas usan en respuesta y en consecuencia de la vulneración de derechos, tales como la “Autocensura” y la “Visibilización como herramienta”. En los resultados de la investigación, se destacan dos ámbitos donde existe mayor vulneración, estos son el ámbito laboral y el de la familia de origen, así como las instituciones públicas, puesto que las familias lesbomaternales -y en general la diversidad familiar- no están respaldadas por parte del Estado en cuanto a la igualdad de derechos, existiendo diferencias entre las garantías que goza una familia heteroparental en contraposición a una lesbomaternal. De esta forma las familias lesbomaternales, además de ser directamente vulneradas, son negadas e invisibilizadas por una sociedad que replica los mandatos del patriarcado y la heterosexualidad obligatoria, tanto en lo público como en lo privado. Por otra parte, del análisis de los relatos resaltan como efectos psicosociales emociones y sentimientos negativos como el miedo, preocupación, estrés y tristeza, los cuales se deben a la hostilidad del medio. Finalmente se rescata el apoyo social como una estrategia que sirve para enfrentar la vulneración de derechos, así como también la visibilización y la educación como herramientas de empoderamiento que apuntan al cambio social.
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Cómo estigmatizan aquellos que son estigmatizados. La "normalidad" dentro de los gays y las lesbianas (#6094)
Ana Marta Martinez Rodas 11 - Facultad de Información y Comuniación.
Abstract:
A partir de la perspectiva del "normal desviado" que propone Erving Goffman el estudio plantea profundizar en las tensiones que atraviesan los estigmatizados para lidiar con la ambivalencia al tratar con sus pares. Hurga acerca de cómo oscilan en la pertenencia al grupo de estigmatizados y como reproducen las normas. La denominada "Alienación endogrupal" que postula Goffman es puesta a prueba empíricamente a través de un estudio etnometodológico realizado en México D.F. mediante el retrato de lugares de socialización y entrevistas. Uno de los atributos desacreditadores identificados fue la feminización en los gays y la masculinización en las lesbianas. El trabajo retrata como irrita lo parecido y no lo diferente por lo cual ofrece interés tanto para los estudios de género, como para los estudios sobre minorías en general. Además de desnudar el carácter artificial de todo lo que damos por descontado, o naturalizado, acerca de los tipos ideales de "lo femenino" y "lo masculino". Dado los ejes temáticos del GT expondré algunas preguntas que guiaron el estudio: ¿por qué, siendo el estigma de la homosexualidad posible de ocultar, los sujetos desarrollaban esta inversión de comportamientos de género que comprometía el éxito de sus interacciones? ¿Cuánta actualidad asiste a este debate cuando, parecería, que el atributo asociado a una orientación sexual no heteronormativa ha perdido, al menos parte de su vigor estigmatizante? Poner la lupa en un fenómeno ríspido e ingrato, y por ende resistido y silenciado, creemos que contribuye al entendimiento de muchos otros comportamientos similares y que retratan la naturaleza esencial del estigma. Es menester para alcanzar tal esencia observar el problema de la estigmatización no sólo como el resultado de circunstancias externas sino que radica en la propia condición humana. Un problema de autoconocimiento y autorreconocimiento, que podría ser ilustrado, en parte de su crudeza, con la máxima: "dime quién te irrita y te diré quién eres y a qué tipo ideal social perteneces". El estudio profundiza acaso en ciertos límites de la propuesta de Goffman que por un lado parte de la sociología interpretativa positivista de los tipos ideales pero alcanza problemas que reclaman una respuesta de mayor complejidad. ¿Por qué si pueden ocultar su estigma no lo hacen? Goffman entiende lo social como un intangible y plantea que una perspectiva doble de estigmatizado/normal posibilitaría una interpretación, es decir una hermeneútica correcta de la situación total. Pero no profundiza en que, dentro de los estigmatizados, se requiere una hermeneútica similar para trascender, la reproducción de la estigmatización que se da en el interior de los grupos. El espejo del estigmatizado no es el normal sino otro estigmatizado y los estereotipos parecen detentar un poder arquetípico (en el sentido psicológico), es decir, poseen una fuerza emotiva que predomina y doblega a las sanciones sociales.
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Transexualidade e feminismos no Brasil: uma análise de um caso de acusação de transfobia entre ativistas feministas (#6604)
O'Dwyer Brena 11 - Universidade Federal do Rio de Janeiro/Museu Nacional/Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social.
Abstract:
A transexualidade ainda é definida como transtorno mental pela medicina psiquiátrica e pessoas transexuais sofrem com diversas formas de discriminação e vivem em situação de vulnerabilidade. Entretanto, simultaneamente a transexualidade vem surgindo como uma identidade positiva e reinvindicatória de direitos. A transexualidade vem aparecendo como pauta de programas de TV, na figura de celebridades, no cinema, na luta contra a despatologização e em propostas de políticas públicas. Na medida que a transexualidade na atualidade ganhou visibilidade pública através de uma politização das identidades trans e pelo acesso aos serviços de saúde as questões trans passaram a aparecer de maneira forte no movimento feminista. Existe uma ambiguidade em relação as mulheres trans nos feminismos. Por exemplo, o feminismo interseccional pretende abarcar a causa trans enquanto algumas correntes de feministas radicais negam a presença de mulheres trans nestes espaços. A proponência pretende expor a argumentação que recusa a entrada de mulheres trans em contextos feministas a partir de três noções principais: a primeira de que essas mulheres passaram por uma socialização masculina que as dá privilégios que não podem ser relativizados; a segunda que essas mulheres não teriam experiências femininas essenciais como por exemplo menstruar e a terceira que mulheres trans estariam reproduzindo estereótipos de feminilidade que o movimento feminista vem tentando descontruir. Por sua vez, as mulheres trans rechaçam estes argumentos partindo da ideia de que eles são "vaginistas", que nem todas as mulheres – sejam estas cis ou trans – tem útero ou passam pela experiência de maternidade e que, por mais que algumas mulheres trans reproduzam estereótipos, muitas mulheres cis também o fazem. A anáslide proposta parte de um caso elucidativo deste tipo de embate. O episódio entre Eloisa Samy, advogada e filiada ao PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) e Daniela Andrade, ativista trans em maio de 2016. Eloisa Samy é uma mulher feminista, a época filiada ao PSOL, foi a advogada da jovem vítima de estupro coletivo por trinta e três homens no Rio de Janeiro. Samy foi acusada pela ativista trans, Daniela de Andrade, de transfobia ao postar no Facebook que "mulheres trans não são mulheres” e posteriormente ao chamar Daniela de “Danielo”. As conclusões indicam discussões que perpassam sobre transexualidade e as acusações de "transfobia" dentro do movimento feminista: remetendo ao debate sobre identidade de gênero, centrais para a definição do feminismo e ao embate entre o feminismo radical contemporâneo e o transfeminismo.
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La importancia de la lucha lesbofeminista en México. Aproximaciones al giro corporal en los estudios feministas. (#7307)
Blanca Lilia Campos Flores 11 - Instituto de Ciencias Sociales y Humanidades "Alfonso Vélez Pliego".
Abstract:
En el presente trabajo, pretendemos llevar a cabo una exploración de las tácticas de posicionamiento identitario que han llevado a cabo colectivas o agrupaciones de mujeres mexicanas, como formas de manifestación pública en la búsqueda del reconocimiento de sus distintas necesidades en tanto población económicamente y políticamente subyugada, así como corporalmente discriminada. Consideramos pertinente desglosar esta exploración a partir de dos claves, a saber, el giro epistemológico del cuerpo y la denuncia del carácter heteronormativo del sistema capitalista. Mediante esta última clave, proponemos hacer hincapié en la propuesta de colectivas autonombradas como lesbofeministas, dado que sus formas de organización política subrayan la concientización del devenir mujer y el devenir lesbiana, es decir, como posturas que han llegado a coadyuvar, o en su caso, a resistir, la generización implicada en las relaciones sociales de valorización del valor. Para entender la relevancia del posicionamiento político de las lesbianas feministas en la época contemporánea, proponemos discutir la categoría de género a través de una lectura corporal usando la categoría de incardinación (embodiment), con miras a visibilizar la violencia que hemos padecido al incorporar el género de manera intersubjetiva y situada. Así mismo, proponemos que una mirada corporal del género nos permite discutir por qué nos es tan difícil cuestionarnos el rol que hemos aprendido en un ambiente determinado, y sobre cómo podemos tratar de romper con la reproducción de las tecnologías de género. Cabe destacar que este trabajo además de exploratorio, procura ser teórico y cualitativo; por lo cual, nos involucra e interpela personalmente en la reflexión de lxs distintxs autores y testimonios hallados durante la investigación. Aclaramos entonces que este trabajo no incluye estudios de caso o entrevistas realizadas actualmente, sino testimonios recabados de manera hemerográfica-virtual. No obstante, mi interés en esta temática radica en que participo en una colectiva lesbofeminista en la ciudad de Puebla, Mx, y este trabajo forma parte de mi proyecto de tesis para obtener la candidatura como Doctora en Sociología en el ICSyH, BUAP. Palabras clave: incardinación, heteronormatividad, lesbofeminismo, conocimiento situado, posicionamiento táctico.
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Lesbofobia: a invisibilidade histórica da sexualidade das mulheres lésbicas no Brasil (#7335)
Valdenízia Peixoto 11 - Universiade de Brasília.
Abstract:
A violência contra homossexuais no Brasil é um fenômeno histórico, sociocultural e que ocorre no cotidiano nas diversas esferas da sociedade. Este trabalho visa problematizar a homofobia permeada na sociedade brasileira, dando ênfase para a violência contra mulheres lésbicas, denominada de lesbofobia. A violência contra pessoas homossexuais e transexuais no Brasil possui uma herança histórica fundada sob a égide do patriarcado, onde instituições como o Estado, a medicina e a igreja em conjunto com uma elite conservadora, construíram um paradigma de valores morais. De acordo com com essas três instituições, pessoas que rompiam o padrão da heterossexualidade eram consideradas criminosas, doentes e pecadoras. As bibliografias que tratam desses dados percorrem quase que exclusivamente as trajetórias de homossexuais masculinos, uma vez que os dados envolvendo a homossexualidade feminina eram praticamente inexistentes. Isto decorre do fato da sexualidade feminina ser tratada e vivenciada apenas para fins de procriação, ou seja, condicionada à maternidade. A sociedade brasileira, herdeira e promotora de uma cultura patriarcal dominante e opressora, condicionou as mulheres à um ambiente doméstico e privado. Porém, a secularização da invisibilidade sexual feminina, restringiu também a sua manifestação lésbica, e, por conseguinte, a ocultação de casos de lesbofobia. Após décadas de luta do movimento feminista pautando a violência contra mulheres como algo de interesse público é que algumas pautas foram finalmente conquistadas, como a lei nº 11.340/2006 conhecida como Lei Maria da Penha, a qual cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra mulheres e, mais recentemente, a lei nº 13.104/2015, que prevê o feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio contra mulheres. Ao ampliar esse debate sobre a violência contra mulheres, percebe-se uma lacuna quando essa violência envolve mulheres lésbicas. A invisibilidade da lesbofobia, possui um caráter machista, afinal, na maioria dos crimes os assassinos são ex-companheiros das vítimas, que não admitem o preterimento em relação à uma outra mulher. Dessa maneira, os crimes contra lésbicas são conduzidos nas investigações como crimes "passionais", o que induz à um entendimento destoante do verdadeiro motivo do assassinato, qual seja, a abjeção e a repulsa contra a orientação sexual lésbica das vítimas. Combater esses fatos significa recorrer não apenas aos elementos que compõem o fenômeno hodiernamente, como também associa-lo à uma formação sócio histórica brasileira de identidade patriarcal e heterosexista, sem incorrer, contudo, à uma mera relação entre causa e efeito, mas sobretudo compreender que os valores morais de uma sociedade são forjados historicamente. O movimento feminista lésbico possui uma importante tarefa de desvelar tais fatos e compreender que a luta contra a lesbofobia perpassa pela luta contra o patriarcado e, consequentemente, contra o machismo e o heterossexismo.
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Identidade de Gênero e Identidade política:
O Trabalho sexual de mulheres e travestis no centro de Belo Horizonte (#7352)
Juliana Gonzaga Jayme 1;
Alessandra Sampaio Chacham
11 - PUC Minas.
Abstract:
Nosso objetivo é discutir a partir de uma perspectiva de gênero, a relação entre as mulheres cisgênero[1] e as travestis[2] na Zona Grande de Belo Horizonte após o estabelecimento de hotéis voltados apenas para atender às travestis. Historicamente, a prostituição se organizou de modo muito específico na cidade, em hotéis nos quais as prostitutas, mediante pagamento pelo uso de quartos por turnos de oito horas, atendem aos seus clientes. No quarto, o preço do programa é negociado livremente entre profissional e cliente, levando em conta os serviços a serem prestados. Esses hotéis servem exclusivamente a esse público e se estabeleceram no centro de Belo Horizonte, desde o início do século XX, principalmente na chamada Zona Grande, quadrilátero próximo às Estações Ferroviária e Rodoviária. Até 2014, os cerca de 20 hotéis que compõem a Zona Grande aceitavam apenas mulheres cis e havia prostituição de rua por travestis na Avenida Santos Dumont, que pertence ao quadrilátero. Os hotéis não misturavam mulheres cis e travestis devido aos conflitos que poderiam existir entre elas. Era comum ouvir das cis que as travestis “tomariam” seus clientes, o que aponta para uma possível disputa de território na região. Contudo, em 2014, criou-se o primeiro hotel que atende exclusivamente às travestis na região, sendo que hoje existem mais três. Neste artigo analisamos questões e conflitos, assim como possíveis consensos, observados nas relações esses dois grupos. Em que medida as possíveis identidades das travestis as aproximariam ou não das mulheres cis? Como as representações das mulheres cis sobre as travestis contribuiriam para essa aproximação ou conflito? Existiriam aproximações entre elas movidas por interesses políticos e econômicos ou mesmo por uma identidade profissional? Entre as travestis e as cis existe alguma aproximação com o feminismo? Se sim, isso afeta sua representação em relação ao conflito? Há prostitutas travestis e cisgênero que se consideram feministas? Essas são algumas questões que nortearão o trabalho. Para tanto, foram realizados grupos focais e conversas informais com as prostitutas que trabalham nos hotéis da região. [1] Entendidas como aquelas cuja identidade de gênero coincide com a do registro de nascimento. [2] Como se trata de um resumo, não há espaço para discutir o uso de termos como travestis, transgênero (trans), cisgênero (cis). Mas no artigo haverá tanto uma reflexão sobre os termos, quanto sobre a forma como as travestis prostitutas dessa região se reconhecem, são reconhecidas pelas prostitutas cisgênero e reconhecem-nas.