14:00 - 16:00 Presentación de PONENCIAS
26. Sociología de los Cuerpos y las Emociones |
Monday 04/12 | 14:00 - 16:00 | Fac. Psicología | 05 |
Payasos en el hospital. Investigadores de emociones (#0492)
Claire Bodelet Corrales11 - EHESS (Paris).
Abstract:
Presentes desde hace más de veinte años en los hospitales, los payasos se han vuelto en muchos lugares parte integrante de las actividades de los servicios pediátricos. Desplazándose por los pasillos con música, la jornada de los payasos se caracteriza por una sucesión de encuentros y de actuaciones personalizadas en las habitaciones. Las interacciones con sus públicos dan lugar a espectáculos « a medida », cada vez diferentes, donde las emociones representan el principal medio y efecto del trabajo. Para organizar la experiencia del encuentro con los payasos, estos recurren a un conjunto de « técnicas corporales » (MAUSS, 1950). Las miradas, por ejemplo, están trabajadas en su materialidad para captar, orientar y expresar las emociones, contribuyendo al mismo tiempo a regular las interacciones. En este contexto, las habilidades técnicas son necesarias pero no suficientes : actuar en los hospitales implica « sacar sus antenas » para aprovechar el entorno, ajustarse « al tiempo del día » e integrar las contingencias a las actuaciones. El « desarrolo pacífico y metódico » de las interacciones (GOFFMAN, 1973) está ordenado gracias a un conjunto de técnicas perceptivas y coordinadas que necesitan una « comprensión cognitiva y sensorial de cada situación » (JEANTET, 2012). Si su cumplimiento, basado en la acción motriz, da lugar a una estética de las interacciones, también les permite anticipar y reaccionar con rapidez para poner bajo control las emociones del público y las suyas propias (HOCHSCHILD, 2003). De ese modo, los payasos desarollan un « sentido práctico » (BOURDIEU, 1987) con el fin de controlar la trayectoria de las emociones en juego. Si el trabajo sentimental efectuado por los payasos ante los pacientes reviste distintas formas y moviliza diferentes temporalidades, éste queda marginalizado e invisibilizado. Sin embargo, podemos plantear la hipótesis que, si el orden sentimental de los servicios hospitalarios es el resultado de una serie de complejas interacciones (STRAUSS et al., 1982), los payasos también participan a su mantenimiento. Finalemente, las competencias adaptativas de los payasos y su papel en el tratamiento de las emociones tienden a transformar, y muchas veces « feminizar », el oficio de payaso. En conclusión ¿ cómo investigar en los diferentes climas afectivos ? Si el ambiente se experimenta y se siente más que se percibe (THIBAUD, 2015) ¿ cómo pensar las secuencias de acción de los payasos, si ellas se acompañan de una « suspensión de la consciencia reflexiva » ? (PIETTE, 2009) Las metáforas para describir el paso de los payasos revelan el desafío para captar lo efímero de las sensaciones. ¿ En qué medida el escribir puede entonces materializar algo que parece escaparse en el instante ? ¿ Cuáles son las capacidades heurísticas de tal proyecto ?
26. Sociología de los Cuerpos y las Emociones |
Monday 04/12 | 14:00 - 16:00 | Fac. Psicología | 05 |
Enfermedades y emociones (#0675)
Anna Maria Fernandez Poncela 11 - UAM.
Abstract:
A estas alturas mucho se ha discutido desde las ciencias sociales sobre las emociones y sus componentes biológicos y sociales. Por lo que ya es hora de iniciar un acercamiento más integral, biológico, psicológico, cultural, y sobre todo, holístico. El objetivo de este texto es presentar aportaciones de enfoques tradicionales como la medicina tradicional china o el budismo, y nuevos enfoques derivados de perspectivas terapéuticas alternativas, médicas, físicas y espirituales. De manera especial se pasa revista y reflexiona en torno a las distintas explicaciones que relacionan íntimamente enfermedad y emoción que están cobrando auge en la actualidad y que ha revolucionado a la ciencia médica y a la sociedad.
26. Sociología de los Cuerpos y las Emociones |
Monday 04/12 | 14:00 - 16:00 | Fac. Psicología | 05 |
Itinierarios en busca de un ojo perdido. Reificación en la espera por un trasplante de córnea (#0808)
Horacio Antonio Pereyra 11 - Instituto de estudios para el desarrollo social (INDES), Universidad Nacional de Santiago del Estero (UNSE), Argentina.
Abstract:
El presente analiza aspectos culturales, sanitarios y políticos en torno a la experiencia de un trasplante de córnea. Describe la relación entre la población, considera sobrante, que espera atención médica y la estructura sanitaria en un Hospital Oftalmológico público del Departamento Capital, Santiago del Estero, Argentina. El texto propone una forma particular de escribir y brindar información, considerando que quien escribe esperó alrededor de 350 noches, entre 5 y 10 horas por cada espera en ese hospital en el transcurso de 12 años, por un trasplante de córnea.
26. Sociología de los Cuerpos y las Emociones |
Monday 04/12 | 14:00 - 16:00 | Fac. Psicología | 05 |
A beleza depois do câncer: um estudo sobre mulheres mastectomizadas em um grupo de apoio – Fortaleza/CE (#0868)
Lara Virgínia Saraiva Palmeira 11 - Prefeitura Municipal de Fortaleza.
Abstract:
Num contexto de supervalorização do corpo feminino e sua aparência, alterações nesse terreno refletem diretamente em nossa subjetividade e na maneira como nos relacionamos com o social. No caso do sexo feminino, as representações simbólicas são extremamente fortes, estreitando a ligação do mesmo com a beleza e com a idealização do corpo. Nesse sentido, o trabalho tem como objetivo pesquisar como as mulheres portadoras do câncer de mama lidam com a questão da beleza e da aparência depois terem se submetido à mastectomia. A partir dessa experiência, as mulheres ressignificam vários pontos, dentre eles, a própria definição do ser mulher, as atribuições e representações do corpo e o que ele representa na constituição da sua relação com os outros. O discurso médico atua diretamente nessa (re) definição do sujeito-mulher. Como as mulheres mastectomizadas reorganizam sua condição corporal após tal procedimento cirúrgico? Como concebem sua autoestima e autoimagem? Como lidam com o conceito de beleza? Questionam-se sobre serem bonitas? Utilizam-se de artifícios para se sentir bonitas? Essas são algumas das questões norteadoras. Relacionados à beleza e aparência, três aspectos foram enfatizados: a questão da mama (importante valor simbólico, ligada a sexualidade, maternidade e feminilidade), a perda de cabelo, fundamental no processo de identificação com o sexo feminino, bem como o desgaste do corpo em si. Permeando as questões relativas à aparência, sentimentos como o medo (tanto da morte, como o medo de se olhar no espelho depois das transformações), a vergonha, a dor, a tristeza, a superação, a fé são constantes nas narrativas dessas mulheres. Nesse sentido, o artigo também procurará analisar de que forma essas emoções podem ser vistas sócio-antropologicamente, tornando inteligíveis processos constitutivos de identidades individuais e coletivas na medida em que esses sujeitos se posicionam de modo político e subjetivo a partir de suas experiências de dor e sofrimento. Dessa forma, ressalta-se a importância de se pensar emoção a partir uma relação cultural e histórica, dimensionando o corpo e seu controle nesses processos.
26. Sociología de los Cuerpos y las Emociones |
Monday 04/12 | 14:00 - 16:00 | Fac. Psicología | 05 |
Resistência corporal e sociabilidade na anorexia (#1229)
Rubia Carla Formighieri Giordani 11 - Universidade Federal do Paraná.
Abstract:
O manejo corporal e a abstinência alimentar, investimentos práticos do indivíduo anoréxico e que constituem a marca sintomática da anorexia nervosa, revelam mais propriamente uma maneira própria do ser que se mostra no mundo. Os sintomas aqui são metáforas, que comunicam para além de uma experiência patológica da anorexia nervosa, um conhecimento radicado no corpo, fruto do vivido que é inscrito no corpo e que se expressa como um modo particular de ser/estar no mundo: o esquema corporal. Este estudo deriva de uma abordagem fenomenológica acerca da experiência corporal na anorexia nervosa e empregou método de narrativas autobiográficas entre um grupo clínico de jovens mulheres com diagnóstico de anorexia nervosa. As considerações teóricas sobre análises das narrativas construídas pelas mulheres participantes da pesquisa para descrever a sua experiência corporal e alimentar no transtorno revelam que, ao projetar (sobre o corpo e o comportamento alimento), o indivíduo tenta reorientar tanto a situação quanto suas capacidades corporais, podendo finalmente constituir novos hábitos.Toda a mudança de hábito se dá a partir de uma mudança no esquema corporal; ou seja, o envolvimento e a movimentação necessárias para a aquisição de um hábito ocorre por intermédio do corpo, afinal é o corpo que compreende. Supõe-se que, a mudança do hábito corporal na anorexia nervosa seria a reelaboração do significado do corpo. Através da mobilização dos limites do corpo, que numa transferência de sentido o sujeito anoréxico tenta operar uma reelaboração nos significados impressos à trama social na qual está imerso e atuante. Por fim, a pesquisa traz alguns questionamentos como: pode-se tomar a anorexia, enquanto experiência do corpo que se nega a comer, como metáfora de uma resistência à convivência social – de uma forma singular da socialidade? A anorexia nervosa poderia metaforizar a negação de um esquema corporal, de um modo particular de estar no mundo, de uma história de vida através de uma resistência corporal ao alimento? Entende-se ao final que, a anoréxica quer negar aquilo que seu corpo experimentou coletivamente, quer romper de certa maneira o vínculo social que o humanizou e teceu suas emoções. Ao considerar a abstinência como uma resposta individual a questões sociais, a anoréxica tentaria interpretar a experiência física da dieta como uma forma de enfrentamento pessoal diante de crises, tensões e pressões de ordem social, e /ou impotência em lidar com os problemas cotidianos. Palavras chaves: Resistência corporal; Sociabilidade; Anorexia; Emoções
26. Sociología de los Cuerpos y las Emociones |
Monday 04/12 | 14:00 - 16:00 | Fac. Psicología | 05 |
Perto das trevas: a diferença entre depressão severa e epidemia depressiva (#1467)
Elton Rogerio Corbanezi 11 - Universidade Federal de Mato Grosso.
Abstract:
O objetivo deste trabalho consiste em evidenciar a diferença entre a depressão severa incapacitante e a ideia atual de epidemia depressiva. Primeiro, para fazer ver e reconhecer o sofrimento intrínseco à depressão severa, lançamos mão do testemunho literário de Willian Styron. Fruto de uma palestra proferida pelo escritor em 1989 no Departamento de Psiquiatria da Escola de Medicina da Universidade Jonhs Hopkins, Perto das trevas – como foi traduzido para a língua portuguesa – é o relato do desmoronamento que Styron sofreu aos 60 anos, quando acometido por uma depressão unipolar, que, in extremis, como diz o autor, o conduz diretamente ao abismo. Com efeito, o título original Darkness visible: a memoir of madness já indica a tônica do livro: em sua forma extrema, a depressão é pura escuridão e loucura. Embora afirme que poucas pessoas não são vítimas em potencial da doença, ao menos em suas formas mais amenas, o próprio Styron assegura que a maioria não é acometida pela “verdadeira depressão”, tão insuportável que tende a impedir drasticamente a aceitação do fato de viver. Ao encontro da constatação do escritor estadunidense, analisamos, em um segundo momento, a evolução das concepções de transtornos depressivos nos Manuais Diagnósticos e Estatísticos de Transtornos Mentais (DSM), da Associação Psiquiátrica Americana (APA), enfatizando sobretudo as duas últimas edições, o DSM-IV-TR [2000] e o DSM-5 [2013]. É que, ao lado da Classificação Internacional de Doenças da OMS, as edições recentes do manual constituem os principais sistemas classificatórios de psiquiatria, orientando a prática clínica e embasando conceitualmente a ideia atual – e oficialmente circulada pela OMS – de epidemia depressiva. Com o exame dos manuais psiquiátricos, pretendemos assinalar a existência de uma sistemática ramificação e flexibilização dos critérios diagnósticos de depressão, os quais estabelecem como patológico formas tênues e cotidianas de sofrimento, tornando a depressão branda e até mesmo incerta um problema relevante para a cultura ocidental e primordial para a saúde pública. Desse modo, queremos mostrar como a nosologia psiquiátrica da depressão se associa sinergicamente ao imaginário social das sociedades capitalistas ocidentais contemporâneas que intencionam produzir indivíduos mais eficientes, performáticos e otimizados, uma vez que a classificação psiquiátrica do transtorno parece “evoluir” para critérios diagnósticos cada vez mais abrangentes, a partir dos quais torna-se possível capturar formas múltiplas, tênues e localizadas de sofrimento, constituindo assim a denominada “epidemia de depressão”.
26. Sociología de los Cuerpos y las Emociones |
Monday 04/12 | 14:00 - 16:00 | Fac. Psicología | 05 |
Esperança e projetos de felicidade: narrativas na web de mães e pais de crianças com condições crônicas complexas de saúde (#2224)
Anita Paez 1; Martha Moreira
11 - IFF/Fiocruz.
Abstract:
O trabalho discute a construção de projetos de felicidade e a prática da esperança a partir de narrativas de mães e pais de crianças com condições crônicas complexas de saúde em blogs e outras plataformas digitais. O avanço biotecnológico tem permitido cada vez mais a sobrevivência de crianças com múltiplas dependências, gerando a necessidade de produzirmos conhecimento sobre este novo grupo que tanto demanda em cuidado, conhecimentos que devem incluir os significados construídos coletivamente. Partiremos da antropologia das emoções e do interacionismo simbólico, entendendo que, nas sociedades ocidentais contemporâneas, a doença é compreendida hegemonicamente como indissociável do mal e do sofrimento. Aos pais e mães de crianças doentes são, ao mesmo tempo, destinados um lugar de sofrimento e uma expectativa de superação pessoal a partir do imperativo de felicidade que caracteriza a contemporaneidade. A internet reatualiza a discussão entre os domínios público e privado, e a publicização por parte de pais e mães de narrativas íntimas, incluindo fotos e vídeos de seus filhos, deve suscitar nossa reflexão.
26. Sociología de los Cuerpos y las Emociones |
Monday 04/12 | 14:00 - 16:00 | Fac. Psicología | 05 |
Enfermedades producidas por las emociones en el mundo andino; el mancharis´a y el "animu karkusk´a (Cusco)" (#5869)
Noemi Amalia Vargas 11 - UNIVERSIDAD NACIONAL DEL ARTE.
Abstract:
Noemí Amalia Vargas Universidad Nacional de Arte Centro Argentino de Etnología Americana amaliavargas2003@yahoo.com.ar La autor explora la terapéutica de los niños y adultos andinos y criollos oriundos de Cusco y Bolivia, que recurren a los curanderos en búsqueda de alivio para sus dolencias y enfermedades típicas de la zona andina. Tomamos para este trabajo los relatos e imágenes filmadas, captadas en el campo, con el objeto de evidenciar como los usuarios de estas prácticas las utilizan de manera complementaria a las propias de la biomedicina. Se vuelve al curandero, ya que la medicina tradicional, no se ha perdido. Las fuentes de información han sido entrevistas abiertas y recurrentes recabadas entre los años 2016 2017. Don Hidalgo N. es una de los Q´eros reconocido en el área de Cusco hablante del quechua, que heredo este conocimiento por tradición familiar y en su camino de aprendizaje, el ofrece sus conocimientos desde hace tiempo. Todos los días recibe personas para ser curados, del susto, aykadura, torcedura, tristezas etc. Su técnica de diagnóstico se realiza mediante el tacto y la lectura de hojas de coca. Las curaciones tienen en cuenta el uso de hierbas, piedras, pomadas y brebajes acompañado por la recitación de plegarias y rezos en lengua quechua, también utiliza sus manos para sanar e invocar a los dioses andinos. Método de gran eficacia que aún hoy lo sigue empleando con éxito mucho pampa misayoc de la cultura qero.. Palabras Clave: Salud, Complementariedad Terapéutica, Interculturalidad, Curanderismo, Cusco.
26. Sociología de los Cuerpos y las Emociones |
Monday 04/12 | 14:00 - 16:00 | Fac. Psicología | 05 |
La normalización del cuerpo y las emociones mediante la patologización de la vida cotidiana (#5949)
Laura Huerta Muñoz 11 - Universidad del Mar campus Puerto Escondido.
Abstract:
Grupo de trabajo: Cuerpos, Emociones y Violencias. Título: La normalización del cuerpo y las emociones mediante la patologización de la vida cotidiana. Resumen: La psicología clínica, la psicología anormal y la psiquiatría recurren al leguaje de la psicopatología descriptiva para clasificar y diagnosticar las llamadas enfermedades mentales. En los últimos años, las clasificaciones de enfermedades mentales han tenido un incremento en el número de “trastornos” que incluyen, tendencia que ha sido denominada por expertos en salud mental como (psico) patologización de la vida cotidiana. Este problema pone de relieve la pregunta sobre si es posible hablar de normalidad en una época de pluralismo cultural, en que los valores se configuran a partir de la identificación con grupos de pertenencia y cambios culturales. El objetivo de este trabajo es disertar sobre la forma en que la construcción del conocimiento en psicopatología descriptiva y el incremento de las clasificaciones diagnósticas de trastornos mentales incluyen criterios normativos que, como conocimiento disponible en el acervo social, cumplen funciones normalizadoras de prácticas de la vida cotidiana; particularmente, la forma en que estas prescripciones por parte de un sistema experto funge como dispositivo normalizador sobre el cuerpo y las emociones, especialmente cuando se refiere a los trastornos de la personalidad y trastornos del estado de ánimo. Palabras clave: Psicopatología, Anormalidad, Cuerpo, Emociones, Normalización, Comportamiento “desviado”.
26. Sociología de los Cuerpos y las Emociones |
Monday 04/12 | 14:00 - 16:00 | Fac. Psicología | 05 |
Corpo, saúde e moralidade: uma análise sociocultural dos weblogs pro anorexia e pro bulimia (#6371)
Nara Lima Mascarenhas Barbosa 11 - Universidade Fedral Rural do Rio de Janeiro.
Abstract:
O presente trabalho tem como objetivo fazer reflexões acerca das noções de: cultura, emoções, subjetividade, corpo, gênero, saúde e doença, a partir da análise de weblogs brasileiros identificados como pró-anorexia e pró-bulimia. Os weblogs pró-anorexia e pró- bulimia são diários virtuais que surgem como uma forma de contraposição ao discurso médico, uma vez que consideram a anorexia e bulimia como um estilo de vida, não como doenças. Tais blogs emergidos na rede podem ser considerados parte de um movimento ativo na defesa desses “estilos de vida” e ao mesmo tempo funcionam como meio de sociabilidade e de compartilhamento de informações e experiências entre pessoas que vivenciam a anorexia e bulimia. Assim sendo, buscando o cumprimento das reflexões propostas neste trabalho, foram analisados três blogs de considerável importância e acessibilidade na web, por meio de método qualitativo, com o emprego de técnica de análise de discurso. Percebe-se que a globalização de uma cultura lipofóbica traz transformações e consequências sobre os corpos. Na sociedade contemporânea o corpo magro é sinônimo de beleza. Já o corpo gordo, ao contrário, é sempre ligado ao feio, ao negativo. A obesidade, além de ser considerada prejudicial à saúde está simbolicamente ligada a ideia de preguiça. Em meio a esse contexto transtornos alimentares como a anorexia e a bulimia se apresentam como mecanismos reativos à obesidade. Conforme foi observado ao longo da análise dos blogs, a anorexia e a bulimia são encaradas pelas pessoas que às vivenciam como um meio para se alcançar o controle e a disciplina, que por sua vez levam à perfeição. Esta ideia de perfeição representa felicidade, a aceitação social e o reconhecimento. Sendo assim, o ideal de perfeição não se limita no corpo, mas compreende a uma dimensão subjetiva que remete à moral, à dignidade e ao auto-respeito.
26. Sociología de los Cuerpos y las Emociones |
Monday 04/12 | 14:00 - 16:00 | Fac. Psicología | 05 |
Esquizofrenia, antipsiquiatria e a Reforma Psiquiátrica no Brasil (#8632)
Camargo Silvio 11 - Unicamp.
Abstract:
Neste trabalho buscamos fazer uma análise e reflexão sociológica e teórico crítica em torno ao debate sobre o conceito de loucura, relevando suas dimensões corporais e emocionais. Adotamos como pano de fundo a Reforma Psiquiátrica brasileira iniciada na década de 1990. O trabalho tem um objetivo fundamentalmente teórico, na medida em que busca refletir sobre alguns debates, esquecidos ou emergentes, em torno ao conceito de loucura. Tomamos como referência, inicialmente, as obras de Ronald Laing e David Cooper, por um lado, e de Michel Foucault, por outro. Intentamos debater a relação entre esquizofrenia, emoções e contexto familiar a partir da tradição da antipsiquiatria, corrente de pensamento e atuação pública iniciada na década de 1960 e suas contribuições para a compreensão do fenômeno da loucura na sociedade contemporânea. De outro, nos reportamos à crítica de Michel Foucault, cuja referência fundamental é “História da Loucura”, cotejando modelos de pensamento de diferentes vertentes epistemológicas que se colocam em um lado oposto da psiquiatria tradicional, erigida em nosso entendimento, em consonância com o positivismo científico. Uma das hipóteses que apontamos é a possibilidade de interlocução entre existencialismo francês e pós-estruturalismo. Em ambas referências teóricas a loucura e seu conceito apontam para certas condições históricas que tornam possível sua apreensão apenas na medida em que são elucidados os contextos sociais, culturais e familiares que gestam o próprio conceito de loucura. Supomos igualmente que a partir dos apontamentos de Foucault e Deleuze sobre a passagem da sociedade disciplinar para a sociedade de controle, podemos adotar como um objeto de análise, histórico e empírico, algumas das características da Reforma Psiquiátrica brasileira. Partindo da constatação de que este debate é pouco realizado pelas ciências sociais brasileira tentaremos exibir resultados parciais de uma pesquisa em andamento. Objetivamos refletir, a partir de pesquisa bibliográfica e histórica, em torno das conexões entre corpo, emoções e esquizofrenia no contexto de um capitalismo em transformação. Capitalismo ainda assentado, ao mesmo tempo, em pilares de dominação social onde o universal e o particular se expressam não apenas em problemas institucionais, mas também em representações microfísicas e reificadas quanto ao fenômeno da loucura.
26. Sociología de los Cuerpos y las Emociones |
Monday 04/12 | 14:00 - 16:00 | Fac. Psicología | 05 |
Significados da depressão na narrativa de sofrimento de mulheres: medicalização das emoções e mudanças na individualidade (#3936)
Gleiciane Silva Vieira De Souza 11 - UFPE.
Abstract:
Este trabalho apresenta a análise de narrativas de sofrimento de nove mulheres usuárias de serviços públicos e privados de saúde mental, diagnosticadas com o Transtorno Depressivo, na cidade do Recife, Brasil. O trabalho é parte de uma pesquisa de mestrado desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Pernambuco, entre 2014 e 2016. Especificamente, o objetivo deste trabalho consiste em analisar os significados da depressão na narrativa de sofrimento de mulheres diagnosticadas com o transtorno, com vistas a traçar relações entre o processo de medicalização do sofrimento e as novas configurações da individualidade. O conhecimento das emoções torna-se uma chave hermenêutica utilizada por vários saberes científicos com o objetivo de acessar os mistérios da vida humana, fazendo da subjetividade individual um objeto de grande importância nessa tarefa. O surgimento do “indivíduo psicológico” representa um movimento de ampliação, por diversas instâncias, de formas variadas de representações e práticas sociais que suscitam a demanda de um discurso psicológico para interpretar os acontecimentos em curso na contemporaneidade. De acordo com Danilo Martuccelli, para entender o domínio subjetivo na modernidade, faz-se necessário compreender, primeiramente, que determinados fenômenos sociais são, agora, inteligíveis através da subjetividade dos indivíduos, sem que isso implique ter que reduzi-los à esfera psicológica, pois, o fato da Sociologia precisar se debruçar sobre a “interioridade”, indica que o discurso psicológico não é suficiente para esclarecer esse processo. Para Alain Ehrenberg, a linguagem da saúde mental se tornou uma “expressão obrigatória” do mal-estar, dos conflitos e tensões relativos à autonomia como ordem social, uma fórmula inspirada no famoso artigo de Marcel Mauss, “A expressão obrigatória dos sentimentos”, de 1921. Neste artigo, Mauss aborda os rituais de luto e as expressões dos sentimentos que os acompanham: as lágrimas, os gritos, as dores, etc., o que influenciou Ehrenberg a utilizá-lo para compreender as dinâmicas em ação na atualidade com relação à saúde mental e ao sofrimento psíquico. Nesse ínterim, Mauss demonstrou que a subjetividade, as emoções e os sentimentos não são redutíveis à esfera física de sua expressividade, possuindo um caráter social bem delineado, eles podem ser entendidos como uma construção social tornada possível graças à sua vinculação à natureza através da cultura. Assim, intentamos contribuir com os debates recentes em torno da Sociologia das Emoções, da Saúde Mental e dos Indivíduos, na contemporaneidade, buscando compreender a difícil relação entre indivíduo e sociedade. Palavras-chave: Depressão. Saúde Mental. Medicalização do Sofrimento. Individualidade.