Abstract:
A prática da ginástica, entendida como exercícios físicos sistemáticos praticados em academias fechadas ou ao ar livre, feita com ou sem orientação profissional, se generalizou nas sociedades modernas. A leitura sociológica mais usual para prática da ginástica indica que os indivíduos que a cultivam o fazem com interesses que vão do ascetismo ao hedonismo. Ela também ficou vinculada a uma prática mais comum entre a classe média e a juventude. No último quarto de século, a proliferação da prática da ginástica e, também, das academias de ginástica, tornou o esporte mais popularizado. Academias fechadas ou montadas ao ar livre se tornaram espaços comuns em todas as cidades e sua prática chegou a grupos geracionais que antes não costumavam acessá-la. Essa comunicação investiga as motivações de dois diferentes grupos geracionais, jovens e idosos, para prática da ginástica. Estabelece o diálogo entre duas experiências empíricas: uma realizada com jovens que frequentam academias de ginástica tradicionais e outra com idosos que utilizam equipamentos públicos montados ao ar livre, denominados por academias da terceira idade para compreender: 1) o que cada um desses dois grupos geracionais define por ginástica? e 2) quando e como decidem praticar ginástica? Seguiremos a seguinte ordem expositiva: na primeira parte faremos uma apresentação dos sentidos da prática da ginástica na modernidade e das justificativas construídas por jovens e por idosos que optam por essa modalidade de atividade física. Na segunda parte analisaremos as motivações e os condicionantes da prática da ginástica entre os diferentes grupos geracionais, destacando um elemento que os une:  a busca por formas de sociabilidade.

Abstract:
ABSTRACT En esta ponencia se presentan los hallazgos y resultados de la investigación sobre  tiempo libre y las actividades lúdico–recreativas de los estudiantes de la Licenciatura en Intervención Educativa en la Universidad Pedagógica Nacional – Hidalgo. La información que se expone es la descripción de los resultados obtenidos a partir del instrumento aplicado a la población estudiantil con el propósito de conocer su disponibilidad de tiempo libre así como sus preferencias lúdico-culturales y de recreación. El tema del tiempo libre surge como consecuencia de los cambios sociales que se han producido en las últimas décadas a partir de los cuales los jóvenes de hoy en día caen en una especie de “aburrimiento” por lo que nosotros como académicos nos preguntamos el porqué. Ante esta situación que constituye un tema de actualidad me di a la tarea de indagar sobre el tiempo libre de los jóvenes universitarios y las actividades que desarrollaban en ese tiempo disponible. Entre los motivos que me llevaron a abordar este tema se encuentran: En primer lugar el tema se relaciona con mi trayectoria personal y profesional. Como pedagoga mi interés se centra en buscar actividades y estrategias que permitan a mis alumnos aprender de manera significativa y divertida. Con la experiencia de haber participado en el diseño, conducción, evaluación y redefinición del curso: “La Ludoteca como estrategia didáctica y recreativa”, el tema de lo lúdico y de conocer a qué juegan los jóvenes universitarios me motivó para su abordaje. En un segundo momento, observar a los jóvenes absortos en su teléfono celular sin platicar y convivir con sus compañeros de grupo, sin hacer uso de los espacios públicos y culturales que les brida estar en la ciudad capital del Estado, me llevó a cuestionarme sobre que estábamos haciendo nosotros como institución para formarlos en una pedagogía del ocio. Existen diferentes conceptualizaciones sobre el tiempo libre, en un primer momento de la investigación retomo para el proyecto de investigación la definición de Ezequiel Ander-Egg en torno al tiempo libre, esta definición es trabajada por el autor como marco temporal en el cual se agrupan un conjunto de acciones que realiza el individuo. Para precisar la noción de tiempo libre y tiempo de ocio retomo los aportes que al respecto realiza Pablo Waichman, en torno a estos dos conceptos: “…se considera al ocio como el conjunto de actividades, el ámbito de lo objetivo factible de ser medido. En cambio el tiempo libre sería el basamento temporal en el que se tiene lugar esas actividades” (Waichman, 2008: 62). Se describe el proceso metodológico seguido bajo un estudio de caso-exploratorio-descriptivo, así como la actividad de indagación  realizada en torno a los conceptos claves en este proyecto, las actividades lúdico-recreativas que realizan los jóvenes universitarios para poner de manifiesto las características y expectativas de los mismos en torno a las actividades de esparcimiento.     Palabras Claves: TIEMPO LIBRE, TIEMPO DE OCIO, ACTIVIDADES LUDICO- RECREATIVAS, JÓVENES UNIVERSITARIOS

Abstract:
El trabajo tiene como objetivo discutir algunos desafíos presentes en la formación universitaria de los futuros profesores (estudiantes de la licenciatura) de educación física. El trabajo, localizado en el Instituto Universitario de la Asociación Cristiana de Jóvenes, tiene como objeto de estudio a los alumnos ingresantes al primer año de la Licenciatura en Deporte, Educación Física y Recreación. El objetivo del trabajo es salir del lugar de lo políticamente correcto o de la zona de confort como profesores universitarios e indagar, en profundidad desde la perspectiva de los propios docentes la percepción sobre el “postura” “actuación”, desempeño” o “acción” de los propios estudiantes en relación a : ¿cuáles son las motivaciones que fundamentan la elección de la carrera de Educación Física en los alumnos? ¿Ser entrenadores, personal trainner o profesores de instituciones educativas? ¿Por qué están en aulas universitarias? ¿Como se preparan para trabajar con niños y adolescentes? ¿Cuál es el valor que se da a la educación universitaria? ¿cuál es la percepción que tienen sobre el sentido de las actividades de voluntariado?. A los efectos de triangular datos se indagará a los profesores del Instituto Universitario de la Asociación Cristiana de Jóvenes sobre la opinión que tienen de sus alumnos , cómo desempeñan su rol como docente universitario, cuáles son los obstáculos que enfrentan en el momento de dar clases. A partir de la información relevada, y reconociendo los nuevos perfiles y formas culturales, se pretende identificar estrategias de enseñanza que contribuyan a transformar la preparación de los futuros docentes en una instancia emancipadora, provocando la reflexión sobre el accionar de los alumnos teniendo como norte su actuación profesional.    

Abstract:
O ‘Programa Escola Aberta’ é uma política pública implementada no Brasil que busca promover a melhoria da qualidade da educação por meio do diálogo e a cooperação entre os alunos, pais e equipes profissionais que atuam nas escolas. O Programa incentiva a abertura das escolas nos finais de semana para oferecer oficinas de esporte, lazer, educação, cultura e trabalho. Neste sentido nosso objetivo foi identificar possíveis representações sociais e suas ancoragens nas pesquisas que tem sobre o conceito de ‘lazer’, no contexto do Programa Escola Aberta. O lazer como direito social ainda vive um processo de construção e luta, para que este seja reconhecido não só como “um tempo de não trabalho”, mas sim como um espaço onde o homem faz atividades que possibilitam seu crescimento pessoal ou de sua comunidade. Estabelecemos como referencial teórico os documentos oficias do programa, como a Resolução de criação (BRASIL, 2004), ou o Manual Operacional do programa (BRASIL, 2010); também desenvolvemos o conceito de lazer a partir de Bruhns (2002); além disso, para compreender e fundamentar o conceito de ancoragem, abordamos a Spink (IN GUARESCHI, 2013) e o Sá (IN SPINK, 2004). A metodologia seguida é proposta por Spink, a partir de seu artigo: ‘Desvendando as teorias implícitas: uma metodologia de análise das Representações sociais’ (IN GUARESCHI, 2013). Esta técnica de associação de ideias visa entender as representações sociais compartilhadas, distinguindo formas quanto à linguagem e número de palavras e sujeitos, para efetuar operações estatísticas e de análise.

Abstract:
Este texto traz observações de campo realizadas no Brasil e no Uruguai em treinamentos e campeonatos disputados por clubes e seleções de futebol de base. O recorte utilizado traz a peculiar passagem entre as categorias infantil e juvenil, na prática do sub 15 ao sub 17. É nessa idade, chamada aqui de “maioridade futebolística”, que um garoto aspirante ao profissionalismo pode assinar o primeiro contrato, aos dezesseis anos. Além disso, dentre os inúmeros degraus que um garoto precisa subir na construção de uma trajetória no universo do futebol de base este é, sem dúvida, de grande importância, já que pode definir sua situação por um considerável período de tempo. Trazemos aqui alguns eventos que mostram atletas de ponta no futebol de base nos dois países citados, ambos reconhecidamente relevantes no cenário de produção de jovens atletas. Sabe-se como brasileiros e uruguaios se diferem culturalmente, embora vizinhos. Uma contribuição deste trabalho talvez esteja exatamente aqui: em tentar explorar e mostrar como semelhanças e diferenças na forma de fazer futebol nos dois países saltam aos olhos a partir de uma visão etnográfica. Embora muito diferentes, ao menos no que toca ao número de atletas que se mantém nas seleções nacionais de base ao longo dos anos, o saldo entre brasileiros e uruguaios é praticamente mesmo (ou, ao menos no período de recorte da pesquisa, assim se mostrou). Estamos falando de um país com pouco mais de três milhões de habitantes e outro com uma população setenta vezes maior. Vejamos se podemos entender as razões de tamanhas semelhanças e diferenças. As considerações aqui apresentadas estão baseadas em um longo e dividido período de pesquisa de campo, o que chamo de etnografia, realizado junto a clubes brasileiros e uruguaios, bem como suas seleções nacionais, com destaque para o sub15 e sub17, e também durante dois campeonatos sul-americanos de futebol (sub15 em 2011 e sub17 em 2013).

Abstract:
O presente estudo intitulado “A musicalidade como metodologia de ensino nas aulas de Educação Física na Educação Infantil” como sugere o título, aborda a importância da musicalidade na Educação Infantil no processo de formação do sujeito. Buscar-se-á, por meio de reflexões e análise sobre as ações desenvolvidas nesse contexto educativo, as diversas possibilidades da música para a construção do conhecimento, fundamentadas por teóricos que a apontam como necessária para a criança e o processo de ensino-aprendizagem. Neste estudo de revisão bibliográfica tem como objetivo analisar a música inserida nas aulas de Educação Física auxiliando o desenvolvimento e seus benefícios no desenvolvimento do indivíduo e a importância da construção do conhecimento e do desenvolvimento cognitivo, afetivo, emocional, físico e intelectual, através da música na infância. A música com maior ou menor intensidade está na vida do ser humano, ela desperta emoções e sentimentos de acordo com a capacidade de percepção que ele possui para assimilar a mesma, pois ela desperta a criança para um mundo prazeroso e satisfatório para a mente e para o corpo que facilita a aprendizagem e também a socialização do mesmo. Os principais ambientes em que as crianças convivem em seu cotidiano são o ambiente familiar e o ambiente escolar. De acordo com Dessen e Polonia (2007) a família e a escola emergem como duas instituições fundamentais para desencadear os processos evolutivos das pessoas, atuando como propulsoras ou inibidoras do seu crescimento físico, intelectual, emocional e social. A realização deste estudo é baseada em levantamentos bibliográficos, analisando dados e propostas que discorram sobre o assunto, sendo pesquisados vários autores para validar este estudo que também citam a importância das cantigas de roda, uma forma bem clara e prazerosa de vivência de música e movimento.    

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Los Juegos de la Juventud son una oportunidad única para el desarrollo del deporte olímpico en la Argentina. Esta competencia que sólo lleva dos ediciones es el evento multideportivo juvenil más importante de la actualidad. En la ponencia se procura presentar los principales hallazgos de una investigación que tiene por objetivo producir conocimiento cientñifico asociado a los atributos físicos, psicológicos y sociales y de formación de un grupo de jóvenes deportistas. Más especificamente, se propone definir y reconocer los recursos con que cuentan los jóvenes deportistas seleccionados para participar del proceso de formación y entrenamiento orientado al rendimiento para formar el equipo que representará a la Argentina en los Juegos Olímpicos de la Juventud 2018. Los recursos de los deportistas y sus familias se convierten en activos en la medida que son utilizados para apropiarse / aprovechar la estructura de oportunidades que ofrece el entorno social en un sentido amplio. Dicha estructura de oportunidades es variable según la sociedad, cultura y tiempo histórico. Los datos se construyen a partir de una encuesta autoadministrada y resultados de pruebas físicas de una población total de 450 deportistas seleccionados que están siendo formados en condiciones de excelencia en diferentes provincias de la Argentina.

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Se juega al fútbol infantil desde hace mucho tiempo en Uruguay, podemos decir que desde fines de la década del 40 y principios de la del 50 ya había clubes de baby fútbol en distintos lugares y sobretodo en Montevideo. Esta actividad surge en parte como una derivación del éxito y creciente popularidad del fútbol grande de nuestro país a nivel mundial. Actualmente en Uruguay el fútbol infantil se practica en forma organizada en tres grandes modalidades. Por un lado está la Organización Nacional del Fútbol Infantil (ONFI). En otro orden se encuentra la Asociación Deportiva de Integración Colegial (ADIC), la cual abarca las agrupaciones más grandes de colegios que compiten. Por último se encuentra la Asociación Uruguaya de Fútbol Infantil (AUFI), la cual comprende otra porción de los pequeños jugadores pertenecientes a las divisiones infantiles de los clubes profesionales de fútbol. La investigación fue realizada dentro de las órbitas de ONFI y de AUFI debido a que son las más difundidas a nivel nacional y con el objetivo de una posterior comparación de resultados entre ellas. Las investigaciones y análisis que abordan esta temática desde la perspectiva sociocultural están muy lejos de abundar en la literatura internacional. Por lo tanto, en el trabajo se destacan algunos puntos en referencia al deporte y al fútbol en general, para luego abordar más específicamente el fútbol de niños. En cuanto a los conceptos más importantes que se manejaron se encuentra el de rol, utilizado para establecer un nexo relativamente “visible” entre el individuo y la sociedad. Por otra parte, el concepto de socialización, para el cual se tuvieron en cuenta dos planteos: por un lado, el de Berger y Luckmann, donde fueron desarrolladas las ideas de socialización primaria y secundaria. Por otro lado, el de Parsons. Dentro de este último se incluyeron los conceptos de sistema social y sistema de la personalidad. También fue central la noción de “el otro generalizado”, proporcionada por Mead. A través de esta categoría queda planteada la enorme relevancia que tiene para el individuo durante la infancia la práctica de un deporte de equipo, tomando al fútbol como uno de los ejemplos más claros. Se seleccionaron un total de 6 clubes a partir de un muestreo teórico representativo. De dichos clubes, la mitad pertenecen a la órbita de ONFI y la otra mitad a la de AUFI. Dentro de ellos se trabajó con los técnicos y allegados, así como también con familiares directos y con los propios niños. En otro orden, participaron informantes calificados para dar un panorama general. Como estrategia metodológica se recurrió principalmente a la entrevista en profundidad aplicada a los actores referentes adultos, mientras que el trabajo con los niños se llevó a cabo a través de una técnica no estrictamente sociológica, el “dibujo libre”. Se desarrolla cómo, a través del contexto deportivo del baby fútbol y mediante las situaciones de interacción que en él se producen, los individuos comienzan a formarse a edades muy tempranas en conductas funcionales al mundo adulto.

Abstract:
  Esta pesquisa tem como principal objetivo analisar historicamente as concepções e aplicações metodológicas e suas interfaces educacionais obtidas a partir da experiência do Programa Segundo Tempo – PST, criado pelo Ministério do Esporte no ano de 2003. O mesmo persiste até 2017 e possui presença em todo território nacional. Nesse artigo estudamos os núcleos do Programa Segundo Tempo sediados em universidades, o fazemos em particular a partir de algumas experiências em universidades federais brasileiras, para tanto elegemos alguns Institutos Federais com participação diferenciada na aplicação do Programa. Fazemos o debate sobre as mudanças ocorridas nos assistidos pelo mesmo, bem como na sua relação com a sociedade através da educação. Para tanto, utilizamos os conceitos de psicogênese e sociogênese de Norbert Elias. Isso se deu em nossa pesquisa a partir da análise da memória do PST que aqui analisamos. Entendemos que nunca antes na história brasileira ouve uma política pública de esporte com esta escala e abrangência, isso se reflete na quantidade de assistidos, núcleos, professores, alcance do programa em escala nacional e capilaridade adaptável e sensível as peculiaridades locais. Sendo assim, também são grandiosas as possibilidades educativas presentes em seus desdobramentos, com impacto social expressivo comprovado a partir dos dados do governo brasileiro no período dos governos Lula e Dilma (2003-2013) por nós aqui debatidos, em particular na análise a partir das práticas de interação e atividades cooperativas e pelas memórias das experiências que analisamos. PALAVRAS-CHAVE: Programa Segundo Tempo; Esporte; Educação; Inclusão Social.

Abstract:
A partir da leitura de duas obras de referência para os estudos do lazer, Sociologia empírica do lazer de Joffre Dumazedier (1974) e Psicosociología del tiempo libre de Frederic Munné (1980), foi possível perceber que os estudos sobre o tema emergiram primeiramente nas áreas das ciências humanas e da filosofia no século XX e se estabeleceram na área da sociologia nas décadas de 1920-30, especialmente nos EUA e na Europa. No contexto brasileiro, contudo, notamos a consolidação dos estudos do lazer dentro do campo da educação física, em que se concentram grande parte de pesquisadores, cursos de pós-graduação, eventos científicos e congressos. Sem desconsiderar seu caráter multidisciplinar, pretendemos compreender a trajetória particular dos estudos do lazer no Brasil, no que corresponde a sua vinculação ao campo da educação física. Assim, o problema da presente pesquisa consistiu em investigar a relação entre educação física e lazer, na primeira metade do século XX, por meio da análise das correspondências entre seus respectivos pensamentos, valendo-se do conceito teórico-metodológico de afinidades eletivas. Esse conceito, presente nos escritos de Max Weber e Michel Löwy, permitiu a percepção de convergências mútuas entre as duas áreas do conhecimento. Para desenvolver esse estudo, fizemos a análise de obras de Fernando de Azevedo, sobre o campo da educação física, e de Ethel Bauzer Medeiros, Nicanor Miranda e Arnaldo Süssekind, autores do lazer que alcançaram destaque no cenário nacional da época. Com a emergência de uma sociedade industrial moderna na primeira metade do século XX, surgiu no Brasil um projeto de construção nacional que demandava a formação do “novo homem brasileiro”. Podemos perceber que as noções de controle social e de formação para o trabalho estavam presentes nessas concepções de indivíduo e de nação, e tanto o lazer quanto a educação física foram orientados para esse objetivo. A partir da análise das obras selecionadas, pudemos identificar duas categorias que constituíram os discursos das duas áreas: corporeidade e educação, perpassadas pela ideia de controle social e de formação para o trabalho, como orientadoras tanto na educação física, quanto no lazer e as chaves a partir das quais pudemos perceber as afinidades entres as duas áreas do conhecimento. Concluímos, portanto, que esses elementos apontam convergências entre o campo da educação física e os primeiros estudos do lazer. Essas categorias foram propagadas e articuladas dentro dos discursos da educação física e do lazer, indicando que as convergências entre os dois fenômenos são suficientes para compreender a aproximação e, posteriormente, a consolidação dos estudos do lazer no campo da educação física brasileira. Logo, a educação física e o lazer conformavam espaços e tempos privilegiados (seja dentro da escola, seja durante o tempo livre) para colocar tal mentalidade e projeto em prática.

Abstract:
O presente trabalho integra o conjunto mais amplo de uma pesquisa de mestrado, cujo escopo foi investigar os processos de formação e subjetivação de atletas brasileiros de futebol no contexto das categorias de base. Para operar essa finalidade, a investigação, inicialmente, revisitou o percurso histórico de constituição da profissionalidade no futebol brasileiro, focalizando as relações entre esse processo e as conjunturas sociais, econômicas e políticas do referido país. Posteriormente, para a coleta e análise de dados, adotou-se o dispositivo da Autoconfrontação Simples, que compõe o corpus teórico-metodológico da Clínica da Atividade. Tal teoria associa-se às Ciências do Trabalho, em particular à Psicologia do Trabalho e foi desenvolvida pelo francês Yves Clot com base nos preceitos da Psicologia Histórico-Cultural, da Ergonomia Francófona, da Psicopatologia do Trabalho e do campo da Saúde do Trabalhador de origem italiana . Para a coleta, a pesquisa contou com a participação de dois voluntários vinculados às categorias de base de um clube alocado no Estado do Paraná. Nesta etapa, realizaram-se as seguintes atividades: análise documental de legislações brasileiras pertinentes ao futebol e à formação de atletas e regimentos internos do clube; observações do cotidiano dos jovens no clube; filmagens de sequências de atividades escolhidas em parceria com os voluntários; sessão de autoconfrontação dos voluntários com o vídeo produzido acerca de suas atividades; análise dos dados obtidos nas etapas anteriores, tendo como diretriz norteadora alguns aspectos da ferramenta analítica denominada núcleos de significação; discussão dos dados sob o prisma da literatura consultada para elaboração dos capítulos teóricos da dissertação e outras obras consideradas pertinentes para complementar o arcabouço teórico obtido anteriormente. Para esta comunicação optou-se por enfatizar os achados referentes ao processo formativo dos jovens. Por meio do método empregado, descobriu-se que há uma estreita relação entre as práticas de ensino adotadas pelos técnicos e a apropriação que os jovens fazem dos aspectos que integram a atividade profissional do futebolista. Assim, o modo com os técnicos conduzem as atividades formativas pode ser considerado elemento crítico para o processo de conscientização dos jovens acerca de sua experiência no quadro da formação profissional para o futebol. Ainda, cumpre destacar que esse argumento é respaldado pelos postulados da Psicologia Histórico-Cultural, a qual considera como fundamental a mediação simbólica, que caracteriza os processos de ensino, para a apropriação dos instrumentos e signos da cultura em geral, incluindo-se aqui a atividade profissional do sujeito. A partir dessas considerações é possível pensar em modos mais eficazes para promover o ensino desta profissão e, assim, favorecer o desenvolvimento dos jovens no tocante ao exercício profissional que aspiram.

Abstract:
En el marco de la relación que históricamente ha mantenido la educación física con el deporte y la producción de conocimiento desde el campo como apuesta presente, se hace difícil no atender el significado del fútbol infantil como práctica cultural - fenómeno social y su relación con la política pública. El fútbol infantil en el Uruguay, aparece como práctica que nuclea niños y niñas hasta 13 años de edad, alcanzando a los 60.000 niños según cifras oficiales de la Organización Nacional del Fútbol Infantil (ONFI) presentadas en el año 2015.   Estudiar la relación entre cuerpo, educación, deporte y derechos humanos en el fútbol infantil desde la educación física supone reconocer el recorrido histórico del deporte en la cultura de las sociedades modernas y el fenómeno masivo del fútbol infantil en el Uruguay superando las limitaciones que implica la conceptualización de «objetos» del pensamiento sociológico por un lado estáticos, y como aislados e independientes de las relaciones en que participan, por otro. (Elías y Dunning 1986) En segundo lugar y entendiendo al deporte en general, y el fútbol infantil en particular (para este estudio), como una de las agencias de socialización más importantes en la actualidad, se estudiará esta práctica en su vínculo con lo que denominaremos modos de gobierno de la infancia tomando esta idea como hipótesis central. La investigación que da marco a la presentación se denomina "Fútbol infantil y gobierno de la infancia. La Organización Nacional de Fútbol Infantil en el Uruguay (1968-2015)" y se desarrolla en el departamento académico Educación Física y Deportes del Instituto Superior de Educación Física. Propone contribuir con el estado de situación del fútbol infantil en tanto política pública. Además, supone analizar el fútbol infantil como práctica social y cultural de alto impacto y de gran incidencia en la construcción de la infancia, y analizar los modos peculiares en que se fue configurando como uno de los modos centrales de gobierno de la infancia en el Uruguay. Por lo que aparece como objetivo central realizar un relevamiento y acopio exhaustivo de fuentes buscando identificar los discursos en torno al fútbol infantil como política de gobierno de la infancia en el Uruguay (1968 - 2015). En la ponencia se propondrá un marco-encuadre de la investigación para poder exponer los principales avances en torno a la relación del fútbol infantil con el modelo de cuerpo y de hombre que se visualiza a partir del análisis de documentos existentes de la Organización rectora del Fútbol Infantil en el Uruguay y aspectos discursivos que  configuran el lugar y la forma que ocupan los niños en la construcción -o no- de la propia infancia.  

Abstract:
O presente estudo é parte da análise de estereótipos de gênero e sexualidade emergentes durante as aulas de Educação Física. O contexto de investigação deu-se no ensino fundamental II na Escola Estadual Ernani Vidal localizada na cidade de Curitiba - PR - Brasil. Foram utilizados relatórios dos bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência PIBID/CAPES/UFPR entre o período de 2014 e 2016 objetivando participação equitativa de meninos e meninas. Os meninos são, de modo geral, considerados inteligentes, habilidosos, objetivos, competitivos, isto é, o que pertence ao mundo masculino é interessante e possui valor social. Por outro lado, as meninas são educadas para serem meigas, carinhosas, servir o outro, ou seja, um mundo vivido para o cuidado do outro. Esta formação dos corpos femininos e masculinos são reproduzidos nas aulas de Educação Física, e assim os meninos encontram um espaço/tempo para desenvolver suas habilidades e reforçar os ideais da masculinidade. Já as meninas, de um modo geral, se afastam das atividades que envolvem contato corporal e/ou exposição corporal. A partir disto, elaboramos estratégias didáticas objetivando a cooperação, valorização do outro, reconhecimento da diferença e diversidade com a finalidade de questionar os estereótipos. Auad (2005) alerta que a categorização de gênero potencializa a desigualdade, quando cria e seleciona grupos de indivíduos. Isto é, o processo de naturalização do ser feminino e masculino está impregnado na cultura e, no processo de formação docente, somos instigados a tornar consciente estes fenômenos e implementar ações de valorização e reconhecimento de ambos os sexos. Considerando que o gênero é um marcador identitário, o trabalho foi organizado para que meninos e meninas se relacionassem e aprendessem das relações dos sexos e entre os sexos. Cenas que marcaram a dominância masculina foram observadas no grupo de meninos que ocupou o espaço da única quadra poliesportiva, geralmente para jogar futebol. Ressaltamos que nesta escola há meninas líderes que são habilidosas no futebol e referência às demais. Contudo, há meninas que se apropriam de espaços adaptados ao redor da quadra denotando que as meninas são separadas, inferiorizadas e estas práticas excluem e afirmam estereótipos de intimidade e proteção do corpo feminino. Na apresentação dos conteúdos utilizamos vídeos evidenciando as mulheres esportistas, exemplificamos o caso das meninas que jogam futebol na escola para que estas almejem aprender as práticas corporais e reivindiquem os espaços de participação efetiva e ativa nas aulas.  Além disto, trabalhamos com atividades que estimulam a mudança de regras, a participação de todos/as, para que no final da aula, numa roda de conversa, alunos/as sejam instigados a dialogar sobre a experiência vivida. Palavras chave: relações de gênero, sexualidade, cultura

Abstract:
Entende-se que um dos objetivos das ciências sociais também é incorporar em sua discussão e análise o estudo do lazer no processo de formação profissional em Educação Física. Visto como um conteúdo de suma importância para a atuação deste profissional na sociedade atual com suas novas manifestações sociais, reveladas em um vasto repertório de atividades de lazer, ou seja, no processo de ensino e aprendizagem e conceitos sobre lazer, sociedade e Educação Física. O objetivo do presente estudo foi analisar o conteúdo lazer nos currículos dos cursos de formação profissional em Educação Física das universidades públicas do estado do Paraná – Brasil. O estudo teve por base as referências teóricas das ciências sociais, do lazer e da formação profissional. Para atingir este objetivo foram analisadas as grades curriculares das seguintes universidades: Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG); Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (UNICENTRO); Universidade Estadual de Londrina (UEL); Universidade Estadual de Maringá (UEM); Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP); Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR); Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Para a análise foram utilizados os dados dos cursos disponíveis nos sites das referidas instituições. A análise de conteúdo (BARDIN, 2011) foi eleita como estratégia metodológica. Com base na técnica de análise de conteúdo, as informações coletadas sobre o conteúdo lazer foram categorizadas conforme a instituição, nome da disciplina, série que a disciplina é oferecida, carga horária e ementa. Após a análise das informações coletadas o presente estudo apresenta alguns resultados importantes para a interpretação do conteúdo lazer no processo de preparação profissional em Educação Física. As análises e interpretações realizadas mostram que o conteúdo lazer aparece em todas as grades curriculares dos cursos analisados com uma média de 72,6 horas por disciplina. O lazer como título de disciplina, aparece nos cursos de bacharelado em todas as universidades. A maioria dos cursos de bacharelado oferece mais de uma disciplina sobre lazer enquanto os cursos de licenciatura oferecem apenas uma. Um curso de licenciatura não oferece disciplina específica, porém, o conteúdo lazer aparece como assunto complementar na ementa de outras disciplinas. Estes dados devem ser pensados no sentido de caracterizar o papel do profissional de Educação Física tanto no contexto escolar como extraescolar, no que se refere ao conteúdo lazer e sua importância social. Além das disciplinas que tratam o conteúdo lazer de forma específica no título, outras disciplinas apresentam outros termos e conceitos relacionados de forma direta com o conceito de lazer, são eles tempo livre, recreação e jogos, indicando a necessidade de pensar o lazer como uma área multidisciplinar na formação profissional. Esse argumento é reforçado quando, percebe-se nos títulos das disciplinas e nas ementas, a relação do conteúdo lazer com diferentes áreas como o esporte, cultura, recreação, mercado de trabalho, políticas públicas, organização de eventos, gestão, saúde e ecoturismo. Portanto, os resultados confirmam e evidenciam que o conteúdo lazer é fundamental na formação do profissional de Educação Física por sua importância empírica e teórica nas práticas sociais e suas manifestações. Palavras-chave: formação profissional, educação física, lazer