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Monday 04/12 - Ciencias Sociales / Sala B2
14:00 - 16:00 Presentación de PONENCIAS
 
11. Género, Feminismos y sus aportes a las Ciencias Sociales | 2. Trabajo y relaciones de género |
Monday 04/12 | 14:00 - 16:00 | Ciencias Sociales | B2 |
Desigualdade de gênero nos cargos de chefia no Instituto Federal de Educação, ciência e tecnologia de goiás (IFG/Brasil) (#0435)
Mônica De Oliveira Fernandes1
1 - INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS.
Abstract:
Nos últimos anos tem se notado grande crescimento da participação das mulheres no mercado de trabalho e, concomitante a isso, a sua autonomia econômica. Portanto, quando se trata de ocupar cargos de direção ou algum cargo que demanda poder de decisão, as mulheres estão, consideravelmente, em desvantagens em relação aos homens. São com estas reflexões que este trabalho tem o propósito de analisar a desigualdade de gênero nos cargos de chefia no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG). Para realização desta pesquisa foram utilizados o Sistema Unificado da Administração Pública (SUAP), Portal da Transparência dos (as) servidores (as) federais, pesquisa de documentos no Departamento de Desenvolvimento de Recursos Humanos (DDRH/IFG) e Entrevista não-estruturada com servidores (as) que trabalham há muitos anos na Instituição. No IFG tem-se 7 (sete) cargos de chefia, com função gratificada por Cargos de Direção (CD) que são eles: Reitor, Pró-reitores (a), Diretores (as), Gerentes, Assessores (as), Chefes e Procuradores (as). Cada ocupante destes cargos possuem uma CD diferenciada que tem uma variação de remuneração de nível 1(um) a 4 (quatro). Atualmente, o IFG conta com 2471 servidores (as) das quais 48% dos cargos são ocupados por mulheres. Mesmo as mulheres somando quase a metade dos (as) servidores (as) desta Instituição, as mesmas são minoria significativa nos cargos de chefia.  O que se percebe com esta pesquisa é que quanto maior a remuneração, menor o número de mulheres nestes cargos. Apesar de todos os avanços da inserção da mulher no mercado de trabalho, nota-se que quando ela ocupa este espaço, o acesso aos cargos de chefia ainda é muito desigual em relação aos homens. Dessa forma, faz-se necessário estudos como este para se propor estratégias de enfrentamento destas situações que são históricas e que se reproduzem tanto em Instituições públicas quanto nas privadas.

 
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Economia feminista: um debate teórico sobre o trabalho das mulheres (#1134)
Fabiana Sanches Grecco 1
1 - Unicamp.
Abstract:
A chamada Economia Feminista se consolidou como um conjunto específico de perspectivas feministas em meados da última década do século XX. Apesar de se tratar de um delimitado conjunto de teses a Economia Feminista não é um conjunto coeso. Há diferenças, por exemplo, entre as abordagens de língua inglesa e as hispânicas. A Economia Feminista latino-americana, também se diferencia da Economia Feminista produzida na África. Em resumo, o que elas têm em comum é a crítica de que o pensamento econômico, político e social dominante (que seria formado tanto por teorias clássicas quanto por teorias neoclássicas) seria produzido a partir de um ponto de vista predominantemente masculino, o que chamam de Economic Man. Além disso, tais teorias dominantes seriam negligentes em relação as especificidades da vida das mulheres, em especial, em relação a todo trabalho que as mulheres realizam em nossa sociedade. Seriam, portanto, “sex-blind”. Nesta exposição, proponho um debate sobre as principais teses da Economia Feminista, em especial, sobre a Economia Feminista produzida e aplicada no Brasil.

 
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Retos para la incorporación de la mujer en el Distrito minero del estado de Guanajuato, México (#1208)
Laura Elena Zárate Negrete 1; Diana Del Consuelo Caldera González 1
1 - Universidad de Guanajuato.
Abstract:
En esta investigación se aborda la problemática de las condiciones de trabajo en las cuales las mujeres laboran y las reacciones de la industria minera ante un incremento acelerado del porcentaje de personal femenino. El objetivo es discernir sobre los motivos, logros, obstáculos y retos en el proceso de incorporación laboral de la mujer en la industria minera, con la finalidad de generar conocimiento que permita la instrumentación de acciones para incidir en el desarrollo humano de las personas y el fortalecimiento económico de las empresas en el Distrito minero en el estado de Guanajuato, México. Los principales referentes son la teoría del Nuevo Institucionalismo Económico (Powell & Di Maggio, 1991) así como los aportes relativos al “Feminist Sociology of Knowledge” (Smith Dorothy, 1990). La investigación es de corte cualitativo a través de la aplicación de entrevistas semi-estructuradas a trabajadoras en tres niveles jerárquicos: ejecutivas, técnicas y operativas. Se realizó el levantamiento en las tres empresas mineras: Endeavour Silver Corp., Great Panther Silver LTD y Gammon Gold Inc. Los resultados permiten comprender el proceso de incorporación laboral de la mujer, identificándose algunas inequidades, aunque también se clarifican logros laborales. Se discuten los retos a futuro, así como la necesidad de adecuar políticas en la gestión del capital humano de las empresas de este Distrito.

 
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Agencia y flexibilización de normas de género en mujeres que trabajan en ocupaciones consideradas masculinas en la Ciudad de México (#1355)
Cristina Herrera 1; Carolina Agoff 2
1 - El Colegio de México. 2 - CRIM/UNAM.
Abstract:
En esta ponencia se presentan resultados de un estudio cualitativo con mujeres que trabajan en ocupaciones tradicionalmente consideradas masculinas en la Ciudad de México. El objetivo del estudio fue explorar el potencial disruptor de los habitus de género que esta entrada a espacios masculinizados podía significar para mujeres de sectores populares, contrastando entre grupos de edad, tipos y condiciones de trabajo. Desde una mirada interseccional se analizaron las articulaciones entre género y clase alrededor de la reproducción de normas, estereotipos e identidades de género en una muestra teórica conformada por mujeres en ocupaciones masculinizadas y feminizadas en empleos tanto formales como informales y mujeres que se dedicaban exclusivamente al hogar, como método de contrastación. Se llevaron a cabo 10 grupos de discusión con un total de 120 participantes y 12 entrevistas narrativas, alrededor de los siguientes ejes temáticos: 1) trabajo, familia y economía doméstica, 2) reproducción, filiación, cuidados, conciliación entre familia y trabajo, 3) pareja y sexualidad y 4) identidades, valores y marcos normativos de género. Los resultados preliminares permiten observar que las mujeres flexibilizan sus identidades y negocian normas y valores morales alrededor de la pareja, la familia y la maternidad, a partir de contar con cierta autonomía económica y habilidades normalmente asociadas con el poder (manejar máquinas, herramientas y materiales peligrosos, usar la fuerza física, tener subordinados en el trabajo, ganar más dinero que la pareja, etc.) Al mismo tiempo reproducían estereotipos de género no ya de forma pre-reflexiva sino estratégica, cuidando de no herir sentimientos de virilidad en sus parejas masculinas. Es en la intersección entre clase, género, edad y condición laboral que adquieren significados particulares nociones normalmente universalizadas como agencia, habitus o identidad.    

 
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Renascença Extraordinária: ofício da rendeira, artesanato do luxo (#1674)
Carla Gisele M. S. M. Moraes 1
1 - UFPB.
Abstract:
A comunicação apresenta os resultados parciais de pesquisa de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal da Paraíba, Brasil, sob a orientação do professor Dr. Roberto Véras de Oliveira. A atividade artesanal da renda renascença é executada por cerca de quatro mil mulheres na Microrregião do Cariri da Paraíba. Este artesanato, produzido tradicionalmente num contexto localizado, no ambiente doméstico, socialmente construído a partir de relações familiares e comunitárias e tendo como finalidade o suprimento de necessidades econômicas subsidiárias de famílias pobres do Cariri da Paraíba, foi recentemente objeto de ações de marketing e políticas públicas de desenvolvimento regional, que o converteram em produto extraordinário, elemento de distinção social e objeto de desejo e consumo no mercado da alta costura brasileira. O longo processo de socialização desta prática é permeado por relações construídas entre pessoas e grupos sociais atravessando fronteiras e cidades e referido à incorporação e exteriorização de estruturas, apreciações e classificações de si e do mundo pelas mulheres rendeiras. O ato de rendar se refere, portanto, à tradição cultural da renda renascença na região, ao sentimento de pertencimento das mulheres rendeiras a um grupo social e à constituição de laços e relações de vizinhança e fortalecimento dos vínculos familiares no ambiente doméstico. Engendrada socialmente, esta atividade se reflete de maneira importante na economia das famílias do Cariri, pois sendo inicialmente estimulada pela necessidade de subsistência frente a uma precária condição socioeconômica, foi recentemente reconfigurada para atender a uma lógica externa ao contexto local de produção de mercadorias para um mercado consumidor sofisticado e extremamente exigente. A ampliação do mercado (do regional ao nacional) não implicou necessariamente na democratização do público consumidor; pelo contrário, promoveu a sofisticação do produto e restringiu sua clientela, que passou a ser formada por pessoas com alto grau de exigência, na busca de produtos exclusivos com design diferenciado. Tampouco produziu importantes melhorias nas condições de produção da renascença ou significativo incremento na remuneração das artesãs rendeiras. Quando “descoberta”, a renascença passou a integrar políticas públicas governamentais executadas pelo Sebrae, projetos de organizações não governamentais e diálogos e contratos estabelecidos com estilistas e grifes de moda, mediados por associações e cooperativas. As influências externas promoveram a transubstanciação simbólica da atividade, produzindo a crença na renda renascença como traço de distinção social. As iniciativas incidentes sobre a realidade das rendeiras paraibanas buscaram traduzir, em âmbito regional, políticas públicas e modelos de gestão preestabelecidos aplicados a cadeias produtivas e arranjos produtivos locais, adotados em âmbito nacional pelo governo federal e organismos como o Serviço da Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), muitas vezes sem atenção às particularidades locais, gerando dificuldades na implementação das ações e iniciativas frustradas de intervenção da atividade da renascença.

 
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Las mujeres y el trabajo: una mirada latinoamericana. (#1775)
María Noelia Correa García 1
1 - UNAM y Udelar.
Abstract:
La organización social predominante, además de ser desigual en relación a la distribución de la riqueza y de los medios de producción, también lo es en relación a derechos, en función de factores como la clase, la raza, la etnia, el sexo, la orientación sexual o la identidad de género. Al momento de analizar las formas de inserción en el mundo del trabajo es necesario tener presente las construcciones históricas y diferencias por sexo-género, étnicas/raciales y de clase, diferencias que se transforman en desigualdades al momento de constituirse en asimétricas (Arbaiza, 2001; Benería, Lourdes 2003; Kergoat, 2003; Hurtado, 2014). La incorporación de las y los sujetos al trabajo tiene vinculación con las condiciones históricas, materiales y simbólicas del contexto social en el cual están inmersos: la inscripción en un trabajo no se genera de forma individual, ahistórica o abstracta, sino que es el resultado de la intrínseca relación entre la división sexual del trabajo y las relaciones de género, clase, etnia/raza (Pfefferkorn, 2007; Hurtado, 2014). El trabajo es uno de los ámbitos donde se expresan claramente estas desigualdades, generadas en función a las relaciones sociales existentes en una sociedad. La división sexual del trabajo ubicará a la mujer en el ámbito privado, como responsable de la reproducción, y al hombre en el ámbito público, como artífice de la producción (Federici, 2011). Así, la mujer debe ocuparse de la reproducción, los cuidados y la producción de valores en la familia, funciones que son intrínsecas al desarrollo del capitalismo, el cual sostiene relaciones de explotación y de apropiación desigual de los recursos necesarios para la vida: el patriarcado jerarquiza la posición de poder del varón heterosexual, legitimando también el control capitalista (Butler, 1999/2007; Federici, 2013).  En América Latina las mujeres continúan ocupando determinados trabajos, relacionados con lo doméstico, con los cuidados o con los servicios, como por ejemplo, enfermeras, camareras, costureras, vendedoras, empleadas domésticas, obreras, cocineras, secretarias y maestras (López, 2013). Aproximadamente el 45% de la Población Económicamente Activa (PEA) femenina se encuentra concentrada en el sector terciario, lo que implica los salarios más bajos en comparación con otros sectores (Balderas, 2006). Los salarios de las trabajadoras en América Latina son en promedio un 36% más bajos en comparación con los salarios de los hombres. Además cuentan con menos posibilidades de ser promovidas y menores prestaciones (OIT, 2000; López, 2013). En este marco, analizar la relación de las mujeres con el trabajo requiere considerar como base la división sexual del trabajo y las condiciones históricas, materiales y sociales que configuran las relaciones y prácticas sociales.

 
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Acesso à documentação como instrumento de construção da cidadania da trabalhadora rural (#2001)
Amanda Almeida Oliveira 1
1 - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Abstract:
Neste trabalho busca-se analisar o acesso à documentação básica como instrumento de construção da cidadania e da autonomia da mulher trabalhadora rural, através da execução do Programa Nacional da Documentação da Trabalhadora Rural. Elucidando a respeito do conceito de cidadania moderna ocidental e da construção da cidadania no Brasil compreende-se como a mulher e seus direitos estiveram inseridos nesse processo. Aborda fatores como a desigualdade de gênero e o sistema patriarcal como determinantes, por meio da divisão sexual do trabalho, da condição e posição social da mulher restrita à esfera doméstica. Considerando a exclusão da mulher, sobretudo a trabalhadora rural, do modelo de cidadania moderna, as conquistas de direitos e de participação política das mulheres camponesas deram-se com base na luta e nas reivindicações pela formação de políticas públicas voltadas para seus interesses e necessidades. Nesse contexto, o PNDTR visa garantir o acesso à documentação civil e trabalhista às trabalhadoras rurais, em face das dificuldades de efetivar os seus direitos civis, políticos e principalmente, os sociais. Analisa a execução deste Programa a fim de constatar sua efetividade na garantia de condições básicas para a trabalhadora rural alcançar a cidadania formal, a partir da exploração de dados obtidos de entrevistas realizadas com mulheres atendidas nos mutirões ocorridos nos municípios de Ceará-Mirim, Maxaranguape, São Miguel do Gostoso e Touros, além de entrevista semiestruturada realizada com representante da coordenação do Programa no RN. O estudo desenvolve-se com base em procedimento metodológico de pesquisa bibliográfica em meio impresso e eletrônico, além de consultas a dados e materiais oficiais de órgãos governamentais. Os estudos apontaram avanços no campo do autoreconhecimento da mulher como pessoa dotada de direitos e de condição cidadã e da importância da documentação civil e trabalhistas para promover tal condição e acessar políticas públicas. Apesar do aumento da participação política e social da trabalhadora rural e do reconhecimento da sociedade civil e do Estado sobre tais aspectos, a consolidação da cidadania da mulher, em sua acepção formal e material, ainda encontra-se permeada de resistências e obstáculos devido às desigualdades sociais e de gênero.

 
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Gênero e feminismos em trajetórias de mulheres trabalhadoras do Brasil rural: avanços, tensões e desafios na construção da igualdade (#2313)
Sara Deolinda Cardoso Pimenta 1
1 - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Abstract:
Diversos movimentos sociais celebram três décadas de lutas e conquistas com o desafio de recriar estratégias de resistência para enfrentar o atual contexto político brasileiro de desmonte dos direitos sociais, das políticas públicas e grave comprometimento da democracia. Ressalta-se o avanço das forças conservadoras e retrocessos nas políticas de gênero conformando um terreno propício para práticas misóginas, feminicídio e todas as formas de violência contra as mulheres nos diversos espaços da vida pública e privada. Expressões contemporâneas do capitalismo e do patriarcado reconfiguram a colonialidade do poder, impactando sobremaneira a vida das mulheres ao reproduzir e ampliar as desigualdades de gênero associadas a outros marcadores de desigualdade como classe, raça, etnia e território. Em sua trajetória, marcada pela emergência dos movimentos sociais na década de 1980 na luta pela redemocratização e cidadania integral, as mulheres rurais rompem barreiras da vida privada, o silenciamento e a invisibilidade, e se organizam em diversos movimentos. O diálogo e a articulação com outros movimentos de mulheres e feministas, impulsionam seu protagonismo político, a recriação e construção de feminismos que concorrem para a reconfiguração das plataformas políticas e das relações de gênero nos movimentos mistos, que tem na paridade participativa seu maior expoente. Ao se desafiarem a recriar estratégias de resistência e defesa da igualdade de gênero encaram o desafio de construir a unidade na incidência política, a partir do saber feminista que emerge no calor da experiência e da vida e que se renova nas formas moleculares de organização. A experiência vivida e construída por mulheres militantes do sindicalismo rural, que a partir dos anos 2000 concretizam nas marchas das margaridas sua capacidade articulatória e de construção em rede, é revelada nos documentos públicos e nas narrativas de lideranças, demonstrando a força do seu potencial descolonizador e transgressor, bem como do saber que transita nas fronteiras e constrói novos lugares de enunciação e prática. O aporte dos feminismos descoloniais torna possível identificar a lógica da dominação que desvirtua o caráter emancipatório feminista, reconhecer a diversidade, e romper com abordagens essencialistas. A análise das narrativas e dos documentos públicos busca romper com a dominação epistêmica nos planos teórico e metodológico, e identificar os processos de subjetivação individual e coletiva associados à diversidade identitária em que se intersectam gênero, classe, raça, etnia, território, geração, sexualidade. O aporte da produção feminista descolonial, que privilegia a experiência das mulheres como lócus de enunciação e saber, permite identificar os feminismos vividos, recriados e visibilizados e problematizar os desafios contemporâneos da lógica patriarcal e colonialista sobre a vida das mulheres  rurais no Brasil. Palavras-chave: Mulheres rurais, Experiência, Gênero, Feminismos, Descolonial.

 
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Sobreviver, conviver e resistir: Diferentes perspectivas sobre trabalho doméstico e mulheres negras no Brasil (#2884)
Neila Dória De Andrade Silva 1
1 - Unicamp.
Abstract:
O conceito da experiência se estrutura no presente trabalho para elencar algumas discussões e teorias, relacionando-as ao contexto empírico. Tendo como aparato para tecer essa análise o círculo de relações responsável por estruturar o samba no oeste paulista, o olhar aqui esmiuçado será voltado ao papel fundamental das mulheres negras, as quais dentre suas especificidades e em diferentes posições, estruturam identidades e resistências. Partiremos, em um primeiro momento, da observação e discussão das leituras referentes à quatro autoras, para em um segundo momento do trabalho, relacionar seus respectivos apontamentos teóricos à noção de experiência das mulheres negras no samba. É perceptível como no âmbito do cotidiano o trabalho dessas mulheres está relacionado à esfera das trabalhadoras domésticas, nesse sentido, a presente análise se inicia pelo patamar econômico, para então perpassar às perspectivas de identidade e memória na coletividade. Logo, será alçada a argumentação discorrida por Cristina Carrasco em relação ao não reconhecimento, e consequente não valorização do trabalho doméstico, bem como o contraponto da economia feminista. Na busca por olhar às especificidades no campo das vivências das mulheres negras, Angela Davis apresenta uma abordagem inter-relacionando corporeidade e trabalho, sendo o corpo fundamental ao entendimento da trajetória dessas mulheres. Nesse sentido, Kimberlé Crenshaw e seus argumentos serão abordados na pretensão por dimensionar a amplitude das mulheres negras, pois não se trata de um grupo social homogêneo, mas sim abarcado por muitas diferenças. Dentre essas distinções é interessante observar a capacidade de organização coletiva apresentada por Carol Stack, como as trajetórias individuais são ancoradas pela vivência coletiva, promovendo redes de sustentação e resistência em comunidade. Nas reflexões realizadas acerca de tais análises teóricas, se torna latente o processo de como as relações sociais são atravessadas pelas relações de trabalho. No sentido por delinear no presente trabalho uma observação sobre a comunidade que movimenta o samba do oeste paulista, podemos notar as esferas de expressividade artística e de convivência em concomitância às esferas de trabalho. Dessa maneira, dentre suas especificidades, são perceptíveis, para essa pesquisa em fase inicial, três camadas de mulheres negras trabalhadoras em tal contexto: no público, no palco e por trás da cena. Na presente análise, vamos nos focar na terceira camada, voltando os olhares àquelas mulheres dos bastidores, com seu trabalho doméstico. Pensar a posição social historicamente delegada à mulher negra na sociedade brasileira se desdobra enquanto possibilidade de entendimento das dinâmicas de desigualdade socioeconômica, política e cultural de nosso país. Analisar as desigualdades de gênero e raciais viabiliza articular diversos âmbitos sociais e mecanismos da distribuição de renda no país, observando como se dá a dinâmica destes fenômenos na realidade brasileira. Dessa maneira, ao relacionar experiência e teoria, surgem novos aspectos sobre a organização humana, bem como pistas a fim de questionar estereótipos por meio da expressividade artística, mergulhada nas redes socioeconômicas, indicando caminhos de resistência e compartilhamento para além do viés mercadológico existente.

 
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Mulheres Ribeirinhas: Relações de Trabalho e Subjetividade (#2943)
Bruna Jesus Dos Santos 1
1 - Pontificía Universidade Catolica.
Abstract:
O trabalho, atividade humana essencial, está presente em todos os momentos e formas de história humana, vindo assim a constituir como categoria essencial para a compreensão desse ser e de sua história. Na dimensão cotidiana a palavra trabalho apresenta uma diversidade de significados, nesta pesquisa será adotada a perspectiva do trabalho enquanto categoria fundante do ser social. Desse modo o trabalho permeia as relações cotidianas, sendo determinante na inserção do sujeito na realidade, tanto material quanto social. Possibilitando o acesso do sujeito a certas dimensões do mundo e excluindo de outras, permitindo ao sujeito interações psicossociais especificas e lhe privando de outras, ou seja, as relações de trabalho configuram possibilidades de existência ao mesmo tempo que interdita outras. No contexto de economia neoliberal, tem sido comum a vinculação do trabalho da mulher como força de trabalho secundaria, além da desvalorização do trabalho doméstico, desconsiderando as implicações desse trabalho nas dimensões econômicas, do espaço público e privado. É justamente essa compreensão do trabalho da mulher como força secundária, que estrutura a divisão sexual do trabalho. Reside sobre a Amazônia um imaginário social que transita entre o “bom” e o “mau” selvagem, concebida como uma natureza imaginária, intocável e salvadora. Essa visão homogeneizadora da Amazônia, é não só fictícia, como também um instrumento sutil que torna invisível toda a pluralidade e histórico de culturas e etnias das populações reais que existem na região. Os modos de vida em comunidades ribeirinhas são particularmente pautados pelos ciclos da natureza, a sua produção e geração de renda, estão intrinsicamente atrelados ao ciclo sazonal, sendo o tempo definido pela natureza, cultura e mitos. A atuação nesses espaços deve considerar as singularidades s similaridades de cada grupo ribeirinho, sendo fundamental a compreensão dos aspectos étnicos e identitários que constroem as subjetividades locais. A mulher ribeirinha nesse espaço se torna duplamente invisibilizada: por ser ribeirinha, e fundamentalmente por ser mulher. Desse modo, falar das mulheres ribeirinhas implica o reconhecimento destas enquanto sujeito de sua própria vida e história, não as vitimando com um olhar periférico e salvador. Compreendendo o gênero como princípio organizador, das formas de relacionar o trabalho e a intersubjetividade na sociedade moderna, e seus cruzamentos com outras inserções socioculturais dessas mulheres – como latinas, ribeirinhas, entre outras – busca-se nessa pesquisa uma reflexão sobre os sentidos do trabalho para mulheres ribeirinhas, a partir das relações de trabalho na qual mulheres ribeirinhas estão inseridas, bem como sua participação na geração de renda familiar e comunitária. A pesquisa vem sendo realizada na Reserva Extrativista Lago do Cuniã – Rondônia, a partir da análise cartográfica da pesquisadora na comunidade, bem como uso de entrevistas semiestruturadas e diário de campo.

 
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"Eu faço a carne e você faz a sobremesa": desigualdade de gênero na cozinha profissional (#3157)
Clarissa Galvão 1
1 - UFPE.
Abstract:
O paper ora apresentado abordará o tema da desigualdade de gênero dentro da esfera do trabalho, analisando especificamente o universo da gastronomia e da cozinha profissional. A categoria gênero será utilizada como uma ferramenta analítica que permite desvendar e compreender os processos de demarcação de posições e papéis hierarquicamente distintos para os sujeitos, na estrutura social e na dimensão cultural e simbólica, com base na diferença sexual.  A construção da gastronomia como uma ocupação, um trabalho na esfera pública, ocorreu por meio de estratégias que incluíam a diferenciação entre o trabalho doméstico e trabalho na cozinha profissional e, portanto, entre o trabalho feminino da dona de casa e o trabalho masculino do cozinheiro ou chef de cozinha. A cozinha de elite ou alta cozinha construiu-se estrategicamente em torno de chefs homens. Quando esse tipo de manifestação gastronômica deixou o espaço do privado para ocupar a esfera pública, o ambiente doméstico e os postos na cozinha doméstica foram designados às mulheres, que já eram desde há muito as responsáveis pelo cuidado com a alimentação de suas família. Em meio ao esforço promovido por chefs franceses no século XIX para serem reconhecidos como profissionais e aumentarem o prestígio de sua ocupação, a exclusão das mulheres do espaço público da cozinha foi promovida para garantir o sucesso de tal objetivo.  O afastamento deliberado da mulher do espaço da cozinha profissional gerou consequências de longo prazo e trouxe uma herança prática e simbólica que reverbera na organização e divisão do trabalho, bem como na cultura da cozinha profissional até os dias atuais (um indicador disso é o ainda baixo número de mulheres chefs e o surgimento de premiações separadas por gênero, tais como o prêmio Veuve Clicquot de Melhor Chef Mulher). A retórica sobre o que é ser profissional encontra-se permeada de construções sobre os gêneros e de atribuições de lugares distintos a cada qual na esfera produtiva, e isso repercute em diferentes oportunidades para homens e mulheres no âmbito da cozinha profissional. Os mecanismos de organização e divisão do trabalho e a cultura da cozinha (os valores que orientam e permeiam a socialização profissional e guiam as interações cotidianas) são os principais vetores de manutenção e de reprodução das desigualdades de gênero no referido espaço. Tais mecanismos serão o centro da análise deste artigo, o qual buscará problematizar no espaço da cozinha profissional as desigualdades de gênero na composição da força de trabalho, os processos de divisão sexual do trabalho nesse espaço, a relação trabalho-família e o seu impacto na carreira de cozinheiros homens e mulheres e como dispositivos de discriminação e segregação baseadas no gênero são acionados e reproduzidos, ou mitigados e combatidos, por normas e práticas organizacionais.

 
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flexibilidad y control: el caso de las trabajadoras a domicilio en el chile neoliberal (#3174)
Claudia Gonzalez Cid 1
1 - U. de Chile.
Abstract:
El trabajo a domicilio en contextos de flexibilización, y como último eslabón de cadenas de producción, absorbe significativamente a las mujeres (CEM, 2003). La posibilidad de combinar el trabajo remunerado con las tareas de reproducción y cuidado, asignadas culturalmente a las mujeres, y la posición más desfavorecida de éstas en el mercado laboral, son factores que explican la feminización de esta forma de trabajo (Rossignotti, 2006)12.  El mercado laboral no opera imparcialmente frente al género, sino que reproduce patrones culturales que segregan a las mujeres a determinados sectores y tipos de trabajo (Domínguez & Brown, 2013). Lo mismo acontece en los procesos de flexibilización donde existen impactos diferenciados entre las mujeres y los hombres, en el sentido de incluir o excluir a unos y otras de ciertos espacios y posiciones (Zuñiga, 2005; Arango, 2004; Abramo, 1999).  El trabajo a domicilio es un trabajo especialmente feminizado, en el sentido de contar con un número importante de mujeres, lo que instala la reflexión acerca de la manera cómo la flexibilización del trabajo y la reestructuración productiva han impactado distintamente a hombres y mujeres, tanto en los procesos de trabajo como en los mercados de trabajo (De La Garza, Lara Flores, & Torres Franco, 2002); y como esta condición de feminización, no es casual, sino responde a estrategias de reducción de costos por parte de las empresas. Esta ponencia hace parte de una investigación en curso cuyo objetivo central es identificar e interpretar cuáles son, y cómo operan, las formas de control y respuesta, de las trabajadoras a domicilio, en el sector de la manufactura, vinculada a las grandes empresas, en el Chile neoliberal.