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Monday 04/12 - Fac. Derecho / Sala 27
14:00 - 16:00 Presentación de PONENCIAS
 
05. Desarrollo Rural y cuestión agraria | Tema Actores Sociales |
Monday 04/12 | 14:00 - 16:00 | Fac. Derecho | 27 |
A formação de um sindicalismo de assalariados rurais no Brasil (#2266)
Nadine Gerhardt Lermen 1;
Everton Lazzaretti Picolotto 1
1 - Universidade Federal de Santa Maria.
Abstract:
A representação sindical dos trabalhadores rurais no Brasil vem passando por mudanças expressivas nos últimos anos. Desde 2014 vem ocorrendo um processo de dissociação da categoria dos assalariados rurais da estrutura da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e, em 2015, ocorreu a formação da Confederação Nacional dos Trabalhadores Assalariados Rurais (Contar). Estas mudanças mostram a diversificação dos públicos do sindicalismo e os seus desafios atuais. Este trabalho tem por objetivo compreender como ocorreu a formação de um sindicalismo específico de assalariados rurais e qual a particularidade deste sujeito político no país. Essa discussão tem como marco teórico a teoria dos campos de Pierre Bourdieu, na qual estes são campos de forças e de lutas, na qual os representantes disputam a capacidade de falar em nome dos representados, bem como pela continuidade ou transformação dos princípios de visão e divisão do mundo social. Também são utilizadas, para pensar a estrutura sindical brasileira, as teorias sobre o corporativismo, neocorporativismo e pluralismo, buscando compreender as relações entre Estado, capital e trabalho. A fim de atingir o objetivo proposto, foram realizadas entrevistas com os atuais dirigentes sindicais e consultas documentais e bibliográficas sobre o sindicalismo rural. Desde que a estrutura sindical rural foi regulamentada, em 1962, assalariados, pequenos proprietários, arrendatários, parceiros, posseiros, entre outros grupos subalternos no campo foram enquadrados na categoria de trabalhador rural, segundo um modelo sindical corporativista autoritário. Entretanto, com o processo de modernização na agricultura, o agravamento das contradições sociais e as lutas pelo fim do regime militar nas décadas de 1970 e 1980, surgiram novas lideranças sindicais, mais progressistas e adeptas de novas formas de participação. Novas experiências organizativas foram feitas, como a criação, em 1989, no estado de São Paulo, de uma federação de assalariados rurais (Feraesp) independente da estrutura oficial. Especialmente nos anos 2000 ocorreram fortes disputas entre os sindicatos oficiais e a nova federação pela representação e pelas contribuições sindicais dos assalariados rurais naquele estado e em outros locais do país. Também passaram a ocorrer conflitos trabalhistas entre agricultores familiares modernizados e assalariados (especialmente temporários), duas categorias representadas pelo mesmo sindicato. Tais disputas ocorreram, inclusive judicialmente, levando a uma situação em que exigiu respostas do Estado. A partir de 2014 o Ministério do Trabalho passou a entender que poderiam existir duas categorias sindicais de trabalhadores rurais: agricultores familiares e assalariados rurais. Com base nesta decisão e visando adequar-se ao novo contexto, a Contag optou por representar os agricultores familiares e dissociar a categorias dos assalariados rurais (Contar). O surgimento dos sindicatos específicos vai de encontro ao modelo corporativista persistente, se aproximando de um cenário de pluralismo, caracterizado pela livre organização dos atores sociais.

 
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Movimentos sociais do campo no MERCOSUL: uma análise sobre suas demandas e formas de organização (#2300)
Matheus Pereira Firmino 1;
Luiz Gonzaga Firmino Júnior 1
1 - Universidade Federal da Paraíba.
Abstract:
  Os movimentos sociais do campo, na América do Sul, apresentam níveis consideráveis de organização, mobilização e definição de agendas comuns frente aos Estados Nacionais e instituições supranacionais como o MERCOSUL. No ano de 2006, esses movimentos foram protagonistas na realização de um encontro entre vários segmentos de movimentos sociais, conhecido como Cúpula dos Povos, que aconteceu paralelamente à Cúpula dos Presidentes do bloco no intento de pressionar os Governos a inserir as demandas sociais nos processos políticos institucionais do bloco. Nasce assim, a Cúpula Social do MERCOSUL, como resultado de tal mobilização, além das cúpulas surgiram as “Reuniões Especializadas” com atribuições consultivas na elaboração de políticas de integração regional com recortes setoriais para segmentos sociais específicos. A Reunião Especializada de Agricultura Familiar (REAF) é o espaço que os movimentos do campo garantiram para tal fim. A REAF apresenta um nível de fortalecimento institucional mais elevado que a maioria das outras reuniões. Este artigo tem como objetivo desenvolver uma leitura sobre como as características organizacionais dos movimentos do campo, podem ser condicionantes ao fortalecimento da REAF. Assim, desenvolvendo uma análise sobre as demandas que constam nas atas e relatórios da reunião, observo, como parte de minha pesquisa de mestrado, algumas possibilidades de convergência entre as formas organizacionais dos movimentos, aproximações quanto às demandas apresentadas e o fortalecimento institucional das reuniões especializadas.

 
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Mecanismos de victimización y renegociación de identidades colectivas rurales en la frontera agroindustrial en María la Baja, Colombia (#2545)
Christoph Kaufmann 1
1 - Universidad de Zurich.
Abstract:
En el año 2011, el gobierno colombiano promulgó la Ley 1448 en la cual reconoció la existencia de un conflicto interno y los derechos de sus víctimas. Se considera víctima toda persona que sufrió directa o indirectamente por el conflicto armado (Artículo 3 de la Ley 1448). A través de esta vía legal se construyó la categoría de ‘víctimas’ que ha sido naturalizada en la sociedad colombiana desde este entonces. El argumento central de este artículo es que esta categorización legal oculta otros procesos de victimización que se han producido y se han venido produciendo en el campo colombiano en general, y en la frontera agroindustrial de la palma de aceite en particular. La mayoría de estos procesos asociados a las restricciones de pequeños productores a los medios productivos efectivos para demostrar que sus sistemas propios podrían incluso ser más eficientes que la gran agroindustria palmera. El estudio de caso de este artículo es una comunidad rural en la frontera agroindustrial en el municipio de María la Baja en el Caribe colombiano, donde la mayoría de los habitantes fueron desplazados a causa del conflicto armado. La población reúne entonces los requisitos para ser considerada víctima en el sentido de la Ley 1448. Sin embargo, la investigación etnográfica llevado a cabo en el año 2016 ha demostrado que no todos los interlocutores se han registrado como víctimas y que hay otros mecanismos de victimización que se están produciendo. Estos procesos están íntimamente ligados a la llegada de la palma de aceite y la consiguiente introducción (parcial) de los habitantes locales en el sistema económico agroindustrial. El propósito de este artículo es entonces demostrar qué tipos de victimización se están produciendo en esta comunidad que se encuentra en la frontera del sistema agroindustrial, en qué sentidos ellos reconfiguran y renegocian identidades colectivas rurales y en qué medida los tipos de victimización difieren de la categoría legal de ‘víctimas’ de la Ley 1448 del año 2011. La metodología utilizada para esta investigación es de tipo cualitativo-comparativo, en la cual se triangulan resultados de entrevistas semi-estructuradas, observaciones participativas y literatura científica. El artículo contribuye a las discusiones conceptuales sobre contextos de post-conflicto, acaparamiento de tierra, dinámicas fronterizas (frontiers dynamics) del sistema neoliberal y la renegociación de identidades colectivas rurales, las cuales están determinando el modo actual de proceder de los acuerdos de paz que intenta promover el estado colombiano.

 
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La persistencia de una prédica ruralista en el siglo XXI: entre el mito fáustico y la nostalgia (#2614)
Cesar Abel Gomez 1
1 - Universidad Nacional del Nordeste.
Abstract:
En  forma paradójica, durante las últimas décadas la mundialización capitalista es caracterizada en términos de desterritorialización mientras que la dimensión territorial parece consolidarse como un nuevo paradigma. Esto se expresa singularmente en la persistencia renovada de un discurso que apela a la necesidad de reconstituir el tejido social y a preservar los espacios rurales habitados para amortiguar o contrarrestar la intensidad del cambio social. Este discurso está presente en ámbitos diversos que abarcan desde los espacios académicos a los lineamientos de políticas públicas promovidas por organismos internacionales y al diseño de proyectos para captar fondos por parte de los agentes de extensión rural.  Se trata de expresiones que confluyen en torno a un campo común de preocupaciones y problemas específicos vinculados a los cambios en los escenarios rurales y que son objeto de tematización en el marco de la reemergencia de una prédica ruralista. Sugiero que los tópicos recurrentes que le asignan valores positivos a la ruralidad en el marco de una cuestión territorial responden a una revalorización y reformulación de la comunidad como principio organizador de las relaciones sociales. Parece evidente que ese fenómeno se sitúa en un contexto específico: las transformaciones promovidas por la expansión del capital en una etapa caracterizada por la ausencia de regulaciones. Si bien ese escenario habilitó la posibilidad de problematizar las concepciones dualistas basadas en la distinción rural/urbano -con las controversias acerca de la “nueva ruralidad”-, en nuestra mirada en torno a los procesos de territorialización aún persiste el clásico sistema de oposiciones entre campo y ciudad. Lo rural vuelve a presentarse, nuevamente, como un valor positivo asociado a lo comunitario, a la continuidad de la tradición, y contrasta con la vertiginosidad de los cambios vinculados a los procesos de modernización y con las nuevas configuraciones promovidas con la consolidación del agronegocio. Me interesa analizar la vigencia de los esquemas de análisis dualistas a partir de caracterizar y contrastar dos grandes narrativas que posibilitan su continuidad: por un lado los enfoques desarrollistas en los que se asume que la dinámica del cambio social que caracteriza a la modernidad capitalista asume una direccionalidad que adquiere sentido en torno a la idea de Progreso (modelo fáustico), por otro lado, los enfoques que cuestionan esa lectura evolutiva y se oponen el conjunto de valores asociados al ethos de la modernidad (modelo romántico). La propuesta de este trabajo es analizar algunas expresiones significativas para ejemplificar cómo se aborda en ambos modelos las dicotomías tributarias de la constelación semántica campo-ciudad. Me interesa sugerir la hipótesis de que ambos habilitan una lectura integradora de ese dualismo, pero que la resolución depende de cómo se articulen esos elementos en función de un proyecto político transformador.    

 
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A voz do dono, o dono da voz? Representações sociais acerca do MST pelo judiciário e o setor patronal agrário (#4070)
Fernanda Vieira 1; Ana Claudia Tavares 2
1 - UFJF. 2 - UFRJ.
Abstract:
Os conflitos por terra no Brasil datam de longo período e perpassam múltiplos campos. A intenção do presente artigo está em analisar os discursos hegemônicos no sistema judicial e pelo setor patronal acerca do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da luta pela reforma agrária no Brasil. A análise proposta articula os resultados das pesquisas realizadas pelas autoras para suas teses de doutorado no âmbito da sociologia rural. A metodologia de pesquisa incluiu a análise de conteúdo de publicações da entidade de representação oficial do patronato rural no Brasil, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e de decisões judiciais em um conjunto de ações que visaram criminalizar o MST no estado do Rio Grande do Sul, além de entrevistas semi-estruturadas com magistrados, advogados e representantes patronais O que se observa é uma unidade discursiva entre o setor patronal e o sistema judicial que impõem imagens negativas ao MST, entendido como representação do atraso, improdutividade, incapacidade produtiva, enquanto a imagem socialmente construída ao setor patronal se sedimenta no ideário da modernidade e da produtividade, logo expressão qualificada para a questão agrária. Regina Bruno (1997) apresenta a dominação que se dá a partir de determinados dispositivos ideológicos que sedimentam socialmente uma imagem positiva de modernidade, competência, enfim, valores constitutivos do próprio poder extraído da propriedade rural. Nesse sentido, o MST torna-se o elemento pelo qual o estranhamento será gestado. É pela negação do direito formal que a fala do MST se torna “estranhável”, “anacrônica” diante da sedimentação do ideário capitalista. Como nos fala Ginzburg, o papel desse discurso é de questionar o mito e expor o que há de verídico ou falso nos mitos discursivos. Assim, o olhar do operador, reproduzindo o discurso ideológico patronal, reside num duplo movimento: 1) parte do pressuposto de que não há outro modelo agrário viável que não seja o dado pelo agronegócio, e 2) se não há outro caminho a ser seguido, o MST se torna, por conseguinte, no arauto do atraso, em um movimento do anacronismo. Há subjacente na percepção do atraso do MST, de que o curso da história ruma naturalmente para um progresso. Não há como parar ou obstar tal marcha e o setor que será entendido pelo operador como o que melhor se enquadra para o exercício de timoneiro rumo ao progresso é o grande proprietário rural. Essa percepção está em conformidade com o pensamento colonial eurocêntrico e demonstra a pertinência e atualidade das críticas que apontam a necessidade da descolonização do saber no contexto latino-americano (Grosfoguel, 2009).  

 
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Las redes productivas del agro pampeano: relaciones interempresariales y construcción hegemónica (#4138)
Tomás Palmisano 1; Christin Bernhold 2
1 - Instituto de Investigaciones Gino Germani, Universidad de Buenos Aires, Argentina. 2 - Instituto de Geografía Económica, Universidad de Zurich, Suiza.
Abstract:
La extensión de la lógica del agronegocio y del poder del gran capital agroindustrial en Argentina implicó cambios profundos en la estructura socioproductiva del agro pampeano. En este sentido, nos interesa avanzar sobre el análisis de las relaciones sociales diversas y estructuralmente asimétricas que se desarrollan entre el gran capital y otros actores socio-económicos. A partir de un estudio de caso, nos abocaremos a los vínculos entre pequeñas empresas agrícolas, algunas de carácter familiar y otras más específicamente empresariales, que se encuentran conectadas a una de las empresas agropecuarias más grandes de la Argentina a partir de la utilización de un mecanismo financiero relativamente novedoso como es la figura de la Sociedad de Garantías Recíprocas. Nuestro andamiaje teórico se basa en dos grandes núcleos interconectados. Por un lado, en el análisis de las relaciones sociales a partir del concepto de clase de la teoría del valor de Marx. Por el otro lado, abordamos las especificidades de dichas relaciones a partir de los procesos de construcción hegemónica por parte de los sectores o clases dominantes en relación a sectores con cierto nivel de capitalización pero con escalas mucho más pequeñas. Proponemos pensar el papel de las Pequeñas y Medianas Empresas (PyMEs) en las relaciones intra-clases tratando de reconstruir la posición político-económica de las mismas y la intensidad de la confluencia de sus intereses con los de la gran empresa. En este sentido, nos interesa poner en relieve la relación desigual/dependiente que se establece con las grandes empresas que ejercen una posición hegemónica en diferentes escalas, focalizando en los niveles de autonomía relativa que los actores menores conservan o pierden frente a ellas. Para abordar este problema partimos de un estudio de las relaciones que se dan entre una gran empresa agropecuaria, agroindustrial y de servicios y diversas PyME a partir del análisis de 14 entrevistas en profundidad a productores agrícolas y representantes de la gran empresa en 3 localidades de la provincia de Buenos Aires (Argentina). Con ello buscamos reconstruir tanto su incorporación especifica en el proceso productivo como los emergentes discursivos (y la relación entre ambos) que señalan la forma concreta que adquieren los elementos culturales, ideológicos y morales que forman parte del proceso hegemónico desarrollado por la empresa.

 
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O MST no cariri paraibano: a mobilização social de luta e conquista das terras do assentamento “Zé Marcolino” (#4980)
Faustino Teatino Cavalcante Neto 1; Mª Das Graças Alves Siqueira 1
1 - Universidade Federal de Campina Grande-UFCG.
Abstract:
A história da reforma agrária brasileira se inicia tardiamente, no final dos anos 50 e início dos anos 60, quando a reivindicação pelas “reformas de base” (agrária, urbana, bancária e estudantil) tomou corpo e passou a fazer parte das discussões populares. As reivindicação pela reforma agrária, exigia a extinção do latifúndio existente desde a época de colonização do Brasil e a melhoria das condições de vida no campo. O objetivo desta comunicação é analisar a dinâmica do movimento dos trabalhadores de luta e conquista das terras do então denominado Assentamento “Zé Marcolino” situado nos municípios de Sumé, Prata e Amparo. Sendo que para uma melhor compreensão desse micro movimento social destacaremos a sua relação com o seu universo macro, qual seja: o Brasil, a Paraíba e o Cariri, para, desse modo, entendermos a sua dinâmica no tempo tanto diacrônico como sincrônico. A pesquisa permitiu compreender que a ocupação do assentamento “Zé Marcolino” não se deu em meio a um processo de conflito, mas caracteriza-se pelo enfrentamento às forças oligárquicas latifundiárias, pois as famílias agricultoras e os movimentos sociais do campo quebram o favoritismo de dois políticos da região que se beneficiavam com o arrendamento da terra, motivo pelo qual as famílias se mobilizaram ocupando a antiga fazenda durante um dia para pressionar os mesmos a desocuparem a terra que havia sido vendida há dois anos sem nenhum tipo de esforço, mas não estava desocupada.

 
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Classe e estratificação social entre as populações do campo no Brasil (2005 – 2015) (#5592)
Robson Dos Santos 1
1 - Universidade de Brasília.
Abstract:
A proposta de apresentação faz o recorte de um projeto de tese de doutorado em desenvolvimento que investiga se a ampliação da escolaridade entre as populações residentes nas áreas rurais possui efeitos sobre a pobreza e a estratificação de classes sociais. Para diversos agentes políticos, acadêmicos e nos movimentos sociais o processo de escolarização ocupa uma posição central para a superação das condições de pobreza, na ampliação da mobilidade entre as classes e para o desenvolvimento econômico. Frente a isso, a pesquisa almeja indagar se tais "virtudes" são passíveis de generalização para espaços distintos, como urbano e rural. Do ponto de vista empírico, busca analisar se a ampliação na escolaridade média entre os sujeitos residentes no campo se associa efetivamente com mudanças em sua situação de pobreza e induz reconfigurações nas estruturas sociais e nas formas de distribuição da propriedade que caracterizam a sociedade brasileira nas áreas rurais, tomando como referência o período de 2005 e de 2015. Para isso, o trabalho retoma as teorias sobre educação e estratificação social e se debruça sobre os dados de modo a compreender as peculiares relações entre escolarização, pobreza e estratificação social levando em consideração as peculiaridades sociedade no campo. Nesse contexto, a proposta de apresentação para a ALAS se concentra na parte do estudo que realiza o delineamento de uma tipologia de classes sociais para as áreas rurais brasileiras, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE). As análises que relacionam classe sociais e educação reservam uma atenção especial para as estruturas sociais e produtivas alocadas nas áreas urbanas, daí a necessidade de desenvolver um modelo específico para as áreas rurais, sobretudo em função das rápidas transformações acarretadas pela modernização tecnológica em um contexto social ainda marcado por fortes assimetrias na distribuição de recursos, como é o rural brasileiro. A construção de um modelo de classes permitirá analisar as associações entre escolaridade e estratificação social com um olhar específico para as formações sociais no campo, sobretudo a partir de uma análise comparativa entre os períodos de 2005 e de 2015.   

 
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A competitividade da produção leiteira nacional no Brasil e no Uruguai: uma análise sob o enfoque do Diamante Simples de Porter (#6591)
Mariana Planells Gutiérrez 1; Marcos Roberto do Santos 1; Bianca Ribeiro Lages Santos 1; Simone Bernardes Voese 1; Luiz Panhoca 1
1 - UFPR.
Abstract:
Em 2015 a produção de leite do Brasil, estimada em 35 bilhões de litros, correspondendo a 168 litros per capita colocou o Brasil em quarto lugar no ranking mundial dos países produtores de leite. No entanto, apesar de ser um grande produtor, o país ainda importa lácteos para abastecer o mercado interno. No mesmo ano as importações foram de 137 milhões de quilos na classificação produtos lácteos (FAO, 2010, FAO, 2011, FAO, 2015; IBGE, 2015). Já o Uruguai resulta ser uma pequena fração do total, com uma produção em 2015 de 2 bilhões de litros, correspondendo a 636 litros per capita, sendo um exportador do excedente de sua produção. Embora os dois países apresentem número expressivamente distintos, a competitividade de cada país ainda pode ser explorada para que seja possível obter melhores resultados nos mercados locais e consequentemente no mercado internacional. Em 1990, Michael Eugene Porter, propôs uma análise integrada de fatores amplos, capazes de responder a questões relativas à vantagem competitiva nacional apresentadas por algumas nações líderes em alguns segmentos específicos. Assim, Porter desenvolveu o estudo A Vantagem Competitiva das Nações, o qual apresenta um quadro conceitual amplo, possibilitando a aplicação do modelo para explicar a influência de fatores na dinâmica de competitividade das nações. O modelo desenvolvido é denominado resumidamente de Diamante de Porter (PORTER, 1990), tendo sido utilizado em diversas pesquisas a exemplo dos estudos de Venter e Horsthemke em 1999, OZ em 2000, Serra, Woodford, e Martin em 2005 e Sato e Ângelo 2007. Embora as nações busquem uma maior competitividade, seja local ou externa, é preciso pensar o limite de atuação e desenvolvimento das indústrias, e mesmo no setor lácteo também há de se pensar na relação competitividade versus meio ambiente. A competição por mercados pode trazer, além das barreiras sanitárias já conhecidas, as questões ambientais como tamanho da área desmatada, ineficiência do uso da terra e emissão de gases de efeito estufa - GEEs (Steinfeld et al., 2006). Assim, a demanda no mundo está se movimentando rapidamente em direção à valorização dos produtos de menor poluição e mais eficiência energética. Neste contexto surge a seguinte questão de pesquisa: Quais fatores diferenciais de competitividade na produção leitera são mais eficientes em cada país? A pesquisa se justifica em razão do leite ser considerado um produto de primeira necessidade, estando o seu consumo associado com o conceito de “segurança alimentar”, FAO (2011).  Serão pesquisados os dados do setor lácteo do Brasil e do Uruguai, e para atingir os dois objetivos a que este trabalho se propõe será utilizada uma metodologia caracterizada, em relação ao polo de avaliação, como quantitativa, (Martins e Theóphilo, 2007), e em função dos seus objetivos como exploratória e descritiva (Gil, 1995).